Em toda a Paraíba, segundo dados do Programa de Conscientização Arqueológica, existem quase mil sítios arqueológicos catalogados, apesar do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) catalogar a existência de apenas 121. Somente nas regiões do Agreste, Brejo, Cariri e Curimataú, são pelo menos 270 áreas já exploradas pelos pesquisadores do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Boa parte destas, infelizmente já parcialmente destruídas pela ação do homem.
As inscrições rupestres registradas em terras paraibanas datam de três a cinco mil anos atrás. São gravuras e pinturas feitas pelo homem pré-histórico. Além disso, a Paraíba possui mais de 200 cemitérios indígenas, das tribos Cariris e Carairiús, que habitavam as terras paraibanas no século 16. Gravuras rupestres são desenhos esculpidos nas rochas, cerca de quatro a cinco mil anos atrás. Já as pinturas rupestres foram feitas entre três a quatro mil anos atrás, utilizando uma tinta arcaica formada por minerais transformados em pó e diluídos em água, com cera de plantas, clara de ovo e outras misturas que pudessem tornar a substância afixável nas paredes das rochas.
Além dos sítios arqueológicos e cemitérios indígenas, o estudo geológico mostra que, na região de Boa Vista, Cariri paraibano, há indícios de intensas atividades vulcânicas ocorridas há milhares de anos. O arqueólogo e professor Juvandi de Souza Santos, coordenador do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB, explica que esta ocorrência é devido às grandes reservas do minério bentonita naquela região. “Este minério surge em decorrência da decomposição do basalto, que é um tipo de rocha vulcânica”, informou. Segundo o professor, as regiões próximas a Pocinhos e Cubati, no Agreste e Curimataú, também apresentam reservas de bentonita, o que indica existência de processo vulcânico. (JS)
Jornal da Paraíba