O aumento das chuvas no Sertão paraibano está provocando uma situação de alerta quanto à segurança das barragens na região. Por conta disso, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado está intensificando o monitoramento de 15 barragens sertanejas para evitar problemas de rompimento ou inundações. A previsão é que o ‘reforço’ continue até o final de maio, quando termina o período chuvoso na região.
Está prevista para hoje a entrega de um relatório com o levantamento realizado em 26 barragens de todo o Estado que possuem problemas de infraestrutura e manutenção ou oferecem risco de rompimento. O documento elaborado por uma ‘força-tarefa’ composta por oito engenheiros será entregue ao secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Azevedo. “Existem 40 barragens que precisam de reparos e 20 delas exigem uma maior atenção, mas até agora nenhuma delas apresentou risco de desabar ou de romper. A situação é de tranquilidade quanto ao risco de rompimento”, adiantou.
A força-tarefa montada pelo governo do Estado concentrou a maior parte dos trabalhos no Sertão. Isso porque mais da metade das barragens consideradas em situação crítica está localizada na região. Foram 15 barragens inspecionadas em cidades sertanejas, totalizando 57,7% de um total de 26 consideradas em situação delicada em toda a Paraíba.
“Nessa época estamos intensificando o trabalho de monitoramento. Quando chega essa época, os técnicos passam a viajar mais para fazer um trabalho mais amiúde. É uma redistribuição em função das chuvas que no Sertão chegam mais de maio a junho”, informou Azevedo. Ainda segundo o secretário, no período de maio a agosto o foco das atenções se direciona para o Agreste e Zona da Mata, já que esta é a fase de maior incidência de chuvas na região.
SEM MANUTENÇÃO
A situação mais crítica é a da barragem ‘Canoas’, localizada no município de Nova Olinda. De acordo com a secretaria, o reservatório estava sem manutenção e operava com apenas 20% da capacidade. Os primeiros reparos já foram iniciados e a expectativa é de que a obra seja concluída até o próximo mês de maio. “Na barragem que precisa de ação mais urgente já está sendo feito, que é em Nova Olinda. As demais não apresentaram maiores riscos”, avalia Lucílio Vieira, gerente de monitoramento da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa).
O município de Teixeira concentra três barragens com problemas de estrutura. Os reservatórios Bastiana, Riacho das Moças e São Francisco precisam de reparos e manutenção e também serão observados pela equipe de monitoramento. Já a cidade de Itaporanga teve mais dois açudes vistoriados. Além de Nova Olinda, Teixeira e Itaporanga, a ‘força-tarefa’ inspecionou no Sertão barragens situadas nos municípios de Patos, Imaculada, Jericó, Emas, Belém do Brejo do Cruz, Curral Velho, Nova Olinda, Olho D’Água, Santana dos Garrotes e Diamante.
O aumento das chuvas intensifica os cuidados, já que em janeiro as chuvas no Sertão ficaram acima da média esperada pelas previsões. No acumulado de todo o mês, a cidade de Cajazeiras lidera o ranking de precipitações, com 403,4 milímetros. No último domingo, parte da torre da igreja Batista da cidade não resistiu às fortes chuvas e acabou cedendo, causando apreensão aos moradores.
“No Sertão choveu bastante, mas agora a tendência é uma redução das chuvas nos próximos dias. Só a partir da próxima semana devemos ter uma retomada, pois o período mais propício a chuvas no Sertão é entre fevereiro e março, com chuvas mais persistentes e homogêneas”, avalia a meteorologista Carmem Becker, da Aesa.
JP