A frase da capa do caderno de Turismo desta quinta-feira (17) –"A Paraíba quer você"– não é maneira de dizer. A Paraíba quer (mesmo!) atrair mais turistas.
Segundo a PBTur (órgão oficial de turismo do Estado), em 2010 a Paraíba recebeu 1,3 milhão de visitantes. No mesmo ano, segundo as secretarias de turismo, os vizinhos Rio Grande do Norte e Pernambuco receberam 2,6 milhões e 4,2 milhões de pessoas, respectivamente.
Potencial para aumentar o número de turistas na Paraíba não falta. E ela sabe disso. Tanto que os moradores parecem já ter um plano estrategicamente traçado.
Plano que não fica só em cima de divulgar as belezas naturais do litoral e do interior paraibano. Agora, a conquista está sendo feita em, pelo menos, outras três frentes de peso: pela boca, pelas artes e pela cachaça.
A reportagem esteve em João Pessoa e em Bananeiras. Cidades que distam cerca de duas horas de carro e oferecem paisagens bem diferentes. A primeira atrai especialmente por suas praias (incluindo a de Tambaba, de nudismo) e produção cultural. A outra, no Brejo Paraibano, convida a passeios por gastronomia e engenhos.
PELA BOCA
Fazer uma viagem gastronômica pela Paraíba é coisa para iniciados. Se é o seu caso, não deixe de provar o guisado de bode, o saboroso rubacão (um cozido preparado com arroz, queijo de coalho, feijão de corda, arroz e linguiça) e o arrumadinho (preparado com carne de charque e feijão verde).
Quem não encara refeições tão "arretadas" assim pode ficar numa dieta mais básica, sem deixar de experimentar os sabores locais. Prove a macaxeira (o ponto ideal é cremoso, e quase desmanchando na hora da garfada) e o caldo de fava.
PELA ARTE
Em João Pessoa, faça um tour pelos ateliês de artistas locais. A reportagem visitou a casa do ceramista, escultor e pintor Miguel dos Santos.
É dele a obra "A Pedra do Reino", no centro da capital, em homenagem ao escritor Ariano Suassuna. "Eu e Ariano invertemos. Nasci em Pernambuco e vim para a Paraíba. Ele nasceu na Paraíba e mora em Pernambuco", diz.
Entrar na casa de Miguel é se transportar para um mundo à parte. Seus trabalhos formam um grande corredor.
O corredor leva à sua sala. E sua sala guarda relíquias, como um boneco de mestre Vitalino. "Eu me inspiro em Vitalino desde os quatro anos, quando o via trabalhando na feira de Caruaru."
Para visitar Miguel e outros artistas de João Pessoa, reserve algumas boas horas do seu dia. Para dar tempo de apreciar as obras e conversar à vontade.
Já se seu interesse é pela cachaça, o tour deve ser pelos engenhos da região do Brejo. Sua base poderá ser a cidade serrana de Bananeiras.