A Petrobras não vai mais explorar o petróleo da Bacia do Rio do Peixe, mas também não descarta a possibilidade de descobertas comerciais na região. A decisão foi confirmada, ontem, em comunicado enviado pela empresa à reportagem do CORREIO, um mês após a empresa ter suspendido as atividades no município de Santa Helena. Conforme a assessoria da Petrobras, a quantidade de óleo e gás encontrados durante a exploração de testes em três dos quatro poços da empresa não foi a esperada, mas a empresa afirma ser possível explorar futuramente a região, considerando a possibilidade de novos leilões e que a área corresponde a apenas 2% da bacia. Desde 2008, a empresa investiu 22,5 milhões em atividades no município.
Os testes da Petrobras começaram em dezembro do ano passado no bloco BT-RIOP-42, na concessão RIOP-41, localizada na Bacia do Rio do Peixe. O plano inicial era de perfuração de quatro poços para verificar o potencial de petróleo na área, mas apenas três foram perfurados. Foram perfurados os poços Pilões Nº1, Santa Helena Nº1 e Triunfo Nº1. Na metade de fevereiro deste ano as operações foram interrompidas devido aos resultados preliminares.
Conforme o gerente de exploração da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará, Guilherme Assunção Gontijo, havia afirmado na época, a perfuração do quarto poço dependia dos resultados obtidos nos três primeiros, que foram perfurados um após o outro, desde dezembro de 2010, e que não ocorreram como o esperado. Desde então a Petrobras estava adiando a divulgação do fim das atividades na Paraíba.
A empresa afirma que o resultado negativo é muito comum na indústria de petróleo mundial e que o índice de sucesso exploratório é menor que 20%. Contudo, a assessoria de imprensa frisa que o resultado das análises geológicas do material encontrado nos poços não indica que descobertas comerciais de petróleo não possam ocorrer nessa bacia, considerando que o trabalho exploratório ocorreu apenas no bloco BT-RIOP-42, que corresponde a 2% da Bacia do Rio do Peixe.
Além disso, a Petrobras afirma que, caso ocorram futuros leilões da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) com oferta de novos blocos na Bacia do Rio do Peixe, a Petrobras analisará a possibilidade de participar porque já possui um volume significativo de informações sobre a geologia da bacia.
Operação
A Petrobras adquiriu o bloco BT-RIOP-42 durante a 9ª Rodada de Licitações da ANP, em 2007, e o contrato de concessão foi assinado em 12 de março de 2008. O trabalho exploratório começou em março de 2009, com um levantamento sísmico que durou em torno de quatro meses e que teve investimentos de R$ 16,5 milhões. Depois disso, a companhia iniciou as atividades de processamento e interpretação de dados para identificar as oportunidades que poderiam ser testadas por meio da perfuração de poços.
A primeira etapa era de realização obrigatória, conforme o contrato firmado com a ANP. Mas o segundo passo, o da perfuração de poços, foi de iniciativa da empresa. Esta fase demandou investimentos de R$ 6 milhões. À medida que os poços foram perfurados, estudos foram feitos para complementar as informações extraídas dos poços.
Correio da Paraíba