A pistolagem é uma modalidade de crime que continua desafiando a justiça e se alastrando pelo Interior da Paraíba estimulada por guerras entre famílias, intolerância, truculência e violência por assuntos banais. As execuções são encomendadas por somas que variam entre R$ 5 e R$ 50 mil.
Executada por organizações criminosas, com estrutura formada por mandantes, agenciadores e pistoleiros, através de um esquema em que os alvos são vidas humanas a pistolagem tem deixado um saldo negativo nos municípios de Catolé do Rocha, São Bento e Brejo dos Santos, no Alto Sertão do Estado. Alem disso, a violência na região também tem sido encarada por criminosos como fonte de renda, através de esquemas fraudulentos. Um trabalho de inteligência da Polícia Civil na região está investigando um esquema envolvendo pessoas da mesma família que contratam pistoleiros para matar os próprios parentes para receber o seguro de vida do morto. Estima-se que os criminosos lucrem até R$ 200 mil com a ação.
Essa ‘guerra de famílias’ é apontada pela polícia como principal responsável pelo crescimento da pistolagem na região, que tem sido encarada por homens e até mulheres como o caminho mais fácil para conseguir dinheiro e que acabam fazendo do crime uma profissão. Somente no primeiro semestre deste ano, 31 pessoas foram assassinadas na região, das quais mais de 90% estão ligados a pistolagem.
Enquanto que a pistolagem praticada em Catolé do Rocha, São Bento e Brejo dos Santos é provocada por brigas entre famílias, nos outros estados, o crime é motivado por disputas por terra, madeira e também questões de acirramento político. Por esta condição, a situação da Paraíba é pontado por especialistas como um dos mais emblemáticos.
Para o comandante do 12º Batalhão de PM, Major Enéas Cunha Rolim, o problema nas cidades sertanejas está longe de ser evitado, pois também é uma questão de auto-afirmação de membros das famílias rivalizadas que não admitem a presença do adversário e para demonstrar força, violência e controle da situação.
Correio da Paraíba