Quando se fala das administrações de Ricardo Coutinho e seu grupo, normalmente se faz referência ao 'Coletivo Girassol', ou simplesmente ao 'Coletivo', apesar de nunca se esclarecer o que isso significa e de onde surgiu. Para início de conversa, o 'Coletivo' não existe mais. Quem diz isso é o próprio governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), responsável pela criação, entre o final da década de 1980 e início de 1990, desse grupo de pessoas, que começou como uma tendência, uma facção dentro do PT, e apostou alto na política partidária, especificamente no nome de Ricardo Coutinho. Hoje, "o Coletivo virou o PSB", afirma o próprio Ricardo.
Para o "coletivista" histórico Alexandre Urquiza, o "Coletivo" é uma espécie de "vício de linguagem". Quanto ao conceito 'Coletivo Girassol' teria sido uma maneira de tentar diminuir, de forma pejorativa, o 'Coletivo'. "Quando veio a candidatura de Ricardo a prefeito, a oposição tentava diminuir. Mas, isso nunca nos agrediu, toda vida nos fortaleceu. Nós, hoje, não somos coletivo porque crescemos", afirmou Urquiza.
Já Lau Siqueira, outro tradicional integrante do 'Coletivo', arrisca dizer que o 'Coletivo' é um "mito". Apesar disso, quem acompanha a política de João Pessoa já pode ter ouvido a vereadora Sandra Marrocos ou o vereador Bira Pereira declarando que "Ricardo Coutinho não representa só ele, representa todo um coletivo". Para algo que não existe, aliás, o modelo vem sendo muito copiado. Por exemplo, hoje, existem coletivos em torno dos mandatos dos vereadores Sandra Marrocos, Bira Pereira e Zezinho Botafogo.
"O que tem, na verdade, é uma unidade forte, porque não é uma unidade só de interesses pessoais, é uma unidade de projeto.
Cada um de nós aponta em direção ao fortalecimento desse projeto. E o coletivo é isso. Virou o partido e as ideias, que precisam ser renovadas", disse Ricardo Coutinho.
Aline Lins – Jornal da Paraiba