O governador Ricardo Coutinho assinou, nesta terça-feira (3), um protocolo de intenções para a implantação de 20 empresas portuguesas na Paraíba, num investimento de mais de R$ 1,2 bilhão. O documento foi assinado durante reunião no Palácio da Redenção, entre representantes do Governo do Estado e empresários portugueses do ramo de turismo e hotelaria, construção civil, cerâmicas, pré-moldados e telecomunicações.
De acordo com o protocolo de intenções, as empresas terão um prazo de um ano para iniciar as instalações – o mesmo período para o Estado adotar as medidas legais que assegurem os termos e benefícios estabelecidos no contrato. A visita do grupo é resultado do 1º Fórum de Negócios Lisboa-Paraíba, realizado no início de março, quando a presidente da Cinep, Margarete Bezerra, o secretário de Turismo, Renato Feliciano, e o presidente do Porto de Cabedelo, Wilbur Jácome, convidaram os empresários portugueses para conhecer o potencial e as possibilidades de investimentos na Paraíba.
Ricardo apresentou aos empresários as potencialidades do Estado e os incentivos locacionais e fiscais para os investidores. De acordo com ele, o Governo disponibiliza, no município de Alhandra, uma área de 62,48 hectares, com acesso interligado à BR-101 e toda a infraestrutura pronta (água, enérgia, gás e acessos).
No hall das empresas a serem instaladas estão o grupo Altis Hotéis, maior rede de hotéis cinco estrelas de Portugal; quatro empresas de construção civil; uma de telecomunicações; uma de atividades portuárias; metalomecânica; fabricação de peças automotivas; fábrica de alumínios e de pré-moldados; e fábrica de cerâmica, entre outras.
Oportunidade – O governador ressaltou que esta é uma ação importante. “Num primeiro momento, estivemos em Lisboa; agora, os empresários vêm a João Pessoa. Alguns deles, com a expectativa de instalação imediata, o que vai gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos” , disse.
Ricardo destacou o bom momento e disse que a Paraíba vai receber investimentos privados que passam dos R$ 2 bilhões, quando se soma a instalação das companhias portuguesas à vinda de 32 outras empresas recentemente anunciadas por ele, em evento no Teatro do Sesi. “Estamos preparando a Paraíba para dialogar com o Brasil e o mundo, e os resultados estão acontecendo. O Estado está entrando no circuito e atraindo empresas, mostrando que é um porto seguro”, salientou.
O empresário Simão Costa falou em nome dos investidores portugueses e destacou que a expectativa é muito positiva, visto que Portugal é um dos países mais afetados pela crise na Europa. Costa é sócio da construtora SC Global, há três anos instalada em João Pessoa. “Nesse período, desenvolvi estudos que mostram que o Nordeste é a região que mais cresce no País, e a Paraíba possui um potencial incrível, não só em setores como turismo, construção civil e telecomunicações, mas também por proporcionar bem-estar a quem quer viver aqui”, disse.
Conforme Costa, a partir da realização do Fórum de Negócios Lisboa-Paraíba, 20 empresários demonstraram interesse e estão decididos a investir na Paraíba. Ele acrescentou que, além dos portugueses, investidores espanhóis que conheceram o potencial da Paraíba também estão interessados – inclusive, convidaram o governador Ricardo Coutinho ara participar de um fórum de negócios em Barcelona, na Espanha.
Estrutura – Segundo a presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado da Paraíba (Cinep), Margarete Bezerra, muitas empresas de fora, tanto internacionais como nacionais, ainda não conhecem a capacidade que o Estado tem para receber novos investimentos. Para mudar esse quadro, de acordo com ela, a Cinep está buscando integrar as empresas concessionárias e as instituições para dar esse suporte às empresas, a exemplo do que está sendo feito no Distrito Industrial de Caaporã.
Ela ressaltou que o Governo do Estado está concedendo incentivos locacionais em uma área no município de Alhandra, com infraestrutura básica e incentivo fiscal, para torná-la competitiva e atraia investidores. “Também apresentamos diversas fontes de financiamento que possibilitam uma situação adequada para que eles invistam com segurança”, disse.
Margarete explicou ainda que o incentivo locacional funciona por meio da apresentação de projetos pela empresa, para que ela possa adquirir uma área territorial, que é parcelada em 60 meses. “Essa exigência de um projeto foi estabelecida pelo governador Ricardo Coutinho para evitar prejuízos para o Estado. Antes, as empresas pediam uma área, mas não instalavam as empresas. Hoje, a empresa tem que apresentar um projeto informando o que ela vai fabricar, quantos empregos vai gerar e qual seu mercado”, finalizou.