Um estudo da organização não governamental SOS Mata Atlântica aponta que a Paraíba é o terceiro estado do Nordeste que mais reduziu a extensão da mata atlântica. De acordo com os dados levantados pela instituição, entre os anos de 2008 e 2010, dos quase 5.691.967 quilômetros km² do território paraibano que era coberto pela floresta só restam 75.641. A quantidade remanescente representa um percentual de 11,34% da extensão originária. O índice só ficou acima dos apresentados por Alagoas (10,02%) e Sergipe (9,17%).
Por outro lado, segundo a ONG, os Estados nordestinos que possuem mais áreas remanescentes da mata atlântica são Ceará (16,50%) e Rio Grande do Norte (14,12%). No ranking dos 16 Estados que ainda possuem resquícios da mata, a Paraíba tem o quinto maior percentual de conservação da mata atlântica. Santa Catarina possui 23% da área preservada e é o Estado que detém a maior extensão conservada da floresta, no Brasil.
De acordo com a professora do Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal da Paraíba, Rita Baltazar, as principais causas dessa redução da mata atlântica são a expansão imobiliária, o urbanismo e a cultura da cana-de-açúcar. “As áreas verdes foram devastadas da costa paraibana para dar espaço à monocultura da cana-de-açúcar e por causa da expansão urbana não planejada”, disse.
Segundo o especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Tércio Luiz Penha, a devastação da mata atlântica altera diretamente a qualidade de vida das pessoas, pois ela aumenta a sensação de calor e provoca reações climáticas, como enchentes e secas.“Quando derruba uma árvore, a pessoa também retira a sombra do local, deixa o solo exposto e, muitas vezes, o solo fica impermeável. Isso acontece porque a árvore funciona como equilíbrio térmico, porque recebe a chuva e libera em forma de pingos ao solo, deixando o ambiente mais ameno”, observa.
Ainda conforme Tércio, outro benefício gerado pela presença das árvores é a qualidade do oxigênio, usado na respiração das pessoas. “O carbono é um gás que, em excesso, é nocivo à população. Mas a árvore retira o carbono e joga o oxigênio. Por isso, é fácil entender que manter arvore é uma questão de sobrevivência”, comenta.
G1 PB