O Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) cobra uma ação efetiva do Governo Federal para o enfrentamento dos problemas do semiárido nordestino. Cássio se encontra desde ontem, no Rio de Janeiro, participando ativamente como representante do Senado Federal na Conferência da ONU Rio +20. E promete repercutir, em todos os fóruns e debates que irá participar até sábado, um recente estudo feito pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que aponta para uma acentuada "aridização" (aumento da aridez) no sertão brasileiro nas próximas décadas.
“Os pesquisadores do Inpe indicam projeções sombrias e preocupantes: as áreas de semiárido podem se ampliar em até 12% até meados do século, ou seja, um aumento de quase 29 mil quilômetros quadrados, do tamanho do Estado de Alagoas”, alertou Cássio Cunha Lima. Segundo o senador, a Rio + 20 não pode evitar este debate. “A Amazônia e o Cerrado já despertam atenção da mídia e dos ambientalistas, mas o bioma da caatinga precisa urgentemente ser inserida nas ações focadas de desenvolvimento sustentável”, frisou Cássio, reforçando a necessidade para a continuidade e convergência dos programas governamentais voltados para atender os problemas do semiárido nordestino.
As projeções elaboradas pela equipe de pesquisadores do INPE, mostram, no centro dessa vasta região semiárida, o crescimento de uma grande mancha de "hiperaridez". Em 2070, ela avançaria para o norte da Bahia, quase todo o interior de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, parte do sudeste do Piauí, além de alguns outros pontos isolados em outras partes do país. “Temos que agir agora, pois segundo alerta os próprios cientistas, o processo de desertificação se comporta como um câncer, se ampliando quando não é combatido", comentou Cássio.
RISCO AMBIENTAL – Dados históricos indicam que o semiárido já perdeu quase 50% de sua cobertura vegetal, a caatinga, bioma que especialistas costumam descrever como o mais típico do Brasil. Além do desmatamento feito para abrir espaço para agricultura familiar ou para fornecer lenha à família, a devastação também ocorre para atender a setores como gesso e cerâmica, que usam a madeira em seus fornos. "É preciso promover uma ampla discussão com as populações e priorizar a implantação de tecnologias sociais que permitam uma vida digna aos moradores da região do semiárido seca", afirmou Cássio Cunha Lima.
De acordo com a agenda de atividades, o Senador Cássio e os demais representantes do Senado Federal participaram ainda da sessão plenária de abertura da Conferência da ONU, quando será lido o texto final da Rio +20 – que ficou pronto somente na madrugada desta terça-feira (19). De quarta a sexta-feira, Cássio participará dos debates do Segmento de Alto Nível, na presença de mais de cem chefes de Estado de Governo e demais autoridades convidadas.