Este domingo, dia 8 de julho, marca os 10 anos da morte do saudoso poeta popular Patativa do Assaré e a data é lembrada em forma de admiração. Ele morreu em 2002 aos 93 anos de idade após um período internado no Hospital São Francisco de Crato com uma pneumonia. Da mesma forma que em vida, de lá para cá o ilustre poeta já foi alvo de inúmeras homenagens póstumas. São formas de reconhecimento a um dos maiores poetas popular e clássico do mundo.
Outro detalhe é que Patativa não era letrado e, mesmo assim, tornou-se um grande nome da cultura popular brasileira além de ter gerado influências básicas na música nordestina. Antônio Gonçalves da Silva, como era o seu nome de batismo, foi aclamado ao longo do século XX como um dos mais importantes poetas populares. Artistas como Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner ajudaram a difundir a arte de Patativa interpretando músicas suas como A Triste Partida e Vaca Estrela e Boi Fubá.
Seus versos foram cantados também por vários outros nomes como Renato Teixeira e Rolando Boldrin. O poeta sucumbiu a uma pneumonia e já vinha há dois anos com problemas de saúde. Era o segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência e, cedo, ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha nove anos, passou a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por alguns meses.
À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos 20 anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave. Sendo muito amigo da família Diniz. Ìa constantemente ao Crato onde visitava a feira e participava de um programa da Rádio Araripe, declamando seus poemas. Em Juazeiro, ostentou por muito tempo um programa semanal na Rádio Vale AM.
O seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, foi publicado em 1956 e teria uma segunda edição, com acréscimos, em 1967, passando a se chamar Cantos do Patativa. Em 1970 é lançada nova coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas comentados, e, em 1978, foi lançado Cante lá que eu canto cá. Os outros dois livros, Ispinho e Fulô e Aqui tem coisa, foram lançados respectivamente em 1988 e 1994.
Veja entrevista ao vídeo abaixo
Patativa do Assaré foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Ele obteve popularidade em nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens, sendo nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa. No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão os ganhar dinheiro com seus versos. Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou e morreu: o Cariri.
Miséria