Policial

Universitária presa aplicava golpes

Uma investigação policial que vinha sendo realizada em sigilo há várias semanas culminou, na manhã de ontem, na prisão, em flagrante, da universitária cearense Kauane Lysien Costa Ferreira, 21, aluna do oitavo semestre do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará (UFC). A garota é acusada de praticar golpes no comércio e no sistema bancário de Fortaleza através de fraude documental usando nome de terceiros, entre eles, o da suas própria mãe e de uma socialite do Rio de Janeiro.

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Com documentos forjados no computador, entre eles, Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore) e carteiras de identidade falsificadas, a acusada, conforme a Polícia, obteve cerca de 20 cartões de crédito e, ainda, abriu contas bancárias. Sua próxima ação criminosa seria a obtenção de um empréstimo no valor de R$ 400 mil no Banco do Brasil.

Prisão

O titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, conduziu a investigação e, na manhã de ontem, por volta de 9h30, os inspetores Carlos Dário e Paulo Florentino chegaram ao endereço da estudante, uma casa modesta, localizada na Rua Banvard Bezerra, no bairro Padre Andrade (zona Oeste).

Na casa de Kauane, os policiais encontraram o que procuravam, uma grande quantidade de documentos usados nos golpes, entre eles, várias carteiras de identidade com a fotografia da universitária, mas com titulares diferentes. Uma delas ostentava o nome de uma pessoa famosa, a ´socialite´ carioca Narcisa Cláudia Saldanha Tamborindeguy.

Em outra RG, a estudante usou o nome de solteira de sua própria mãe, então Maria Lúcia Costa Canafístula e, com tal documento, obteve sete cartões de crédito como titular e mais 11 cartões adicionais. Outra identidade ´fria´ continha a foto da estudante, mas o nome falso de Marina Monteiro Kaufman.

Com uma declaração de rendimentos ´fria´, montada fraudulentamente no computador pessoal, a estudante abriu uma conta na agência do BB do bairro Antônio Bezerra, na qual a ´Decore´, em nome da ´socialite´ carioca apontava uma renda mensal de R$ 300 mil. Isso iria possibilitar a Kauane a obtenção do empréstimo de R$ 400 mil.

Poupança

Em depoimento na DDF, a aluna de Biblioteconomia ironizou sua pretensa ação criminosa, afirmando que os R$ 400 mil seriam para uma futura ´poupança´.

O delegado Jaime Linhares explicou que há indícios de que a universitária estaria agindo na prática de fraudes desde 2010, isto porque, há cerca de dois anos, a mãe dela, Maria Lúcia Costa Ferreira (nome atual, de casada), prestou uma queixa através de Boletim de Ocorrência (B.O.) na própria DDF, em que afirmou que ´alguém´ teria utilizado seus dados cadastrais para obter 160 cartões de crédito e utilizá-los no comércio da Capital cearense.

A Polícia também descobriu que em outra etapa de suas façanhas delituosas, a estudante forjou uma certidão de nascimento, montou escritura pública de procuração e a registrou no Cartório Melo Júnior, nesta Capital. Com ela, teria poder para movimentar as contas bancárias das vítimas dos golpes.

Além de Cláudia Tamborindeguy, outro nome usado nas ilicitudes era o da contadora Maria Hilma Firmo de Albuquerque. Na esteira dos crimes praticados nos últimos meses, a universitária teria ´fabricado´ documentos via internet, inclusive de declaração de renda através do site do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará.

Flagrante

No fim da tarde de ontem, a universitária foi transferida da sede da Delegacia Geral da Polícia Civil para a carceragem da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), onde permanecerá até sua transferência para o Presídio Feminino. Ela foi autuada em flagrante por diversos crimes, entre eles, estelionato, falsificação de documentos público e particular, e uso de documento falso.

NÚMERO

400 mil reais era o valor de um empréstimo bancário que a jovem pretendia fazer no BB e assim garantir seu ´futuro´ como ela disse em depoimento na DDF.

Fonte: Diário do Nordeste

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