Para não perder a cadeira na Assembleia Legislativa da Paraíba, os atuais deputados estaduais, pelo menos a maioria, investem, silenciosamente, na ampliação dos redutos eleitorais para garantir mais votos e uma vitória mais folgada nas eleições de 2014. Ainda mais que, em virtude de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), serão seis vagas a menos para as eleições de 2014. Eles sabem que a disputa tende a ser mais acirrada e que é na força e consolidação das bases que poderão continuar a ‘habitar’ a Casa de Epitácio Pessoa em 2015.
Enquanto todos os holofotes ficam voltados para as precipitadas conversações sobre a disputa para o Governo do Estado e quem irá apoiar quem, os deputados estaduais afirmam que, apesar da confiança nos redutos, sempre é importante ampliar a base e atrair mais eleitores. Para isso, eles afirmam que um mandato ativo na Assembleia e o atendimento às demandas dos eleitores contribuirão neste objetivo.
O deputado Vituriano de Abreu (PSC) afirma que por não ser uma eleição com voto distrital, os deputados podem buscar votos em todas as regiões do Estado. Ele afirma que alia a forte atuação na Casa parlamentar a um bom histórico nas bases, na região de Cajazeiras, para construir uma boa imagem que pode ser estendida a todo o Estado e ganhar mais eleitores.
“Só se tem respeito e se é respeitado para se buscar este tipo de apoio se o parlamentar apresentar um trabalho que não seja localizado, tímido. O meu trabalho tem sido feito de uma maneira que eu posso colocar minha cara em qualquer parte do Estado. Sou filho de Cajazeiras, fui prefeito, meu filho também, já fui deputado federal e estadual. Tenho um bom serviço prestado naquela região, onde 16 cidades são envolvidas e sempre tenho tentado colocar meu foco ali porque é onde o povo me conhece e confia. Mas nem por isso, deixei de andar em outras cidades”, disse.
Segundo ele, o fato de ter um mandato de oposição também é um diferencial que o ajudará nas próximas eleições. “Posso dizer que quero voltar à Assembleia dentre tantos motivos, por ter sido corajoso em ficando na oposição, porque está provado que sem oposição governo nenhum acerta e se não fosse esta oposição, nosso Estado não estaria paulatinamente tendendo a se ajeitar”, explicou.
Carlos Dunga
O deputado Carlos Dunga (PTB), que retornou este ano à Assembleia Legislativa, é um dos poucos que já tem como certa a não participação na disputa pelo mesmo cargo. Mas, vai lutar para que a cadeira continue na família. Ele afirmou que irá apoiar a candidatura de um dos três filhos para ser seu sucessor na Assembleia. O destino dele pode ser mesmo voltar à Câmara Federal, mas ainda não há nada definido.
“Temos ainda que ouvir muita gente, os prefeitos, vereadores, lideranças, bases; e saber em quais posições devemos sair. Já fui suplente de senador, deputado federal e sou deputado estadual. Não sei por qual caminho irei seguir. Já tenho compromisso com deputado federal que é o Pedro Cunha Lima e o deputado estadual será um dos meus filhos. Para governador seguirei a orientação de Cássio Cunha Lima e senador irei esperar pela decisão do meu partido”, afirmou.
Caio Roberto
Caio Roberto (PR) também concorda que além da manutenção do reduto eleitoral já conquistado, qualquer deputado pretende ampliar estes espaços de atuação. “Todo parlamentar procura sempre aumentar os apoios. Comigo não seria diferente. Já que se tratando de política, todos sabem que é muito dinâmica, uma hora se perde apoios e outra se ganha, temos que tentar manter este equilíbrio em relação a perdas e ganhos”, afirmou.
Janduhy Carneiro
“Nossa intenção é que façamos acordos no maior número de municípios. vamos galgando gradualmente de acordo com nosso mandato, que tem tido uma boa repercussão. Tenho certeza que nossa votação tenderá a aumentar. Fui muito bem votado em João Pessoa e ampliamos bastante para a região do Catolé, Pombal, Souza, Cajazeiras, Vale do Piancó, Cariri, Curimataú, nossa candidatura tem aliados em todas as áreas do Estado”, disse Janduhy Carneiro (PEN).
Iraê Lucena
“Acredito que a redução das vagas será revertida através de projeto de lei complementar do próprio Congresso Nacional, e acho que vai se restabelecer ao que é hoje. Minhas bases, com certeza estamos sempre querendo ampliar para um número maior, ainda estou definindo qual seria a postulação, estou no quarto mandato de deputada estadual, e estou decidindo se vou para reeleição ou se federal”, disse Iraê Lucena (PMDB).
João Gonçalves
“Eu não só pretendo ampliar, como já faço isso. Quando termina uma eleição, a outra começa, principalmente para aqueles parlamentares ou pré-candidatos que tenham um modelo diferente dos que têm poder financeiro maior. O meu trabalho é diuturno, fazendo com que o mandato de quatro anos se transforme em cinco. Além de nossas bases, eu trabalho a Paraíba toda, participo de quase tudo que acontece na Paraíba”, disse João Gonçalves (PEN).
Frei Anastácio
Frei Anastácio (PT) afirmou que conta com seu histórico a frente de movimentos sociais e lutas de classe, como grande trunfo que o faz ser bem votado em todo o Estado. Ele disse que conta com o voto de opinião, relacionado à sua atuação, para ser bem votado. “Meu mandato é muito polarizado no Estado. Fui votado em 208 municípios, claro que em alguns com 10 votos, com cinco, mas fui o deputado da nossa aliança mais votado. O Estado conhece a nossa prática política e nossa prática na luta dos movimentos sociais junto aos trabalhadores rurais”, disse.
E continuou: “Meu nome não é estranho. Tenho em João Pessoa quase seis mil votos, e a cada eleição na cidade minha votação cresceu. E esta votação é voto de opinião. E aí tenho no Estado muitos votos de opinião, no meio dos estudantes universitários muito mais a partir das causas que defendemos, da luta, organização, resistência dos trabalhadores. E nossa base saiu razoavelmente bem nas eleições de 2012, consegui eleger 21 vereadores e elegi vice-prefeitos, ajudei outros partidos a eleger prefeitos e acho que em 2014 a gente vai trabalhar”.
Aníbal Marcolino
Aníbal Marcolino (PEN) disse que pretende ampliar o número de votos que teve em 2010, mas para ele, ainda tem outras questões que precisam ser definidas para se saber o quadro real das eleições de 2014.
“Pretendo trabalhar nas minhas bases e conquistar novas. Acho que esta é a tendência de todos os deputados. A concorrência aumenta a cada dia. Estou em um partido hoje com nove parlamentares, não sabemos das coligações, não sabemos também se vão acabar as coligações proporcionais. Se isso vier acontecer, é ruim para quem estiver em partido pequeno”, ressaltou.
Anísio Maia
Anísio Maia (PT) afirma que está satisfeito com a sua base eleitoral e que não tem planos de ampliá-la. Disse que a vitória de Luciano Cartaxo para a Prefeitura de João Pessoa amplia sua abse e terá mais votos nas próximas eleições. “Estou contente com minha base. Fui eleito com voto maciço dos pescadores, continuei na minha relação atendendo suas reivindicações, fazendo encaminhamentos de suas propostas”, disse.
Olenka Maranhão
“Minha estratégia é lograr êxito não só na eleição proporcional de deputado federal e estadual, mas também apostando na proposta do PMDB. Nosso foco será em nossa área de atuação. Milito em João Pessoa, no Curimataú e Brejo, mas também tenho apoios no Cariri e vamos focar nestes espaços buscando expandir, uma vez que como deputados estaduais, temos a facilidade de discutir e de levar nossa opinião a todo o Estado”, afirmou a deputada Olenka Maranhão.
Gilma Germano
“Tenho realmente trabalhado para ampliar minhas bases e já ampliei. Saí de uma eleição com apenas dois prefeitos e hoje eu tenho sete prefeitos. E isso é fruto do trabalho que estou fazendo na minha região. O trabalho está sendo reconhecido. Apesar de esta questãod a redução das cadeiras ainda não estar definida, mas se realmente reduzir, com certeza a disputa ficará muito mais acirrada e é importante termos uma base maior”, declarou Gilma Germano.
Jutay Meneses
“Pretendo aumentar minhas bases. Já estamos fazendo isso buscando ampliar até para não acontecer o que aconteceu na eleição anterior, quando fiquei na primeira suplência e só assumi em definitivo com a saída de Luciano Cartaxo. Com a possível redução das vagas, fica mais difícil porque o coeficiente aumenta e fica mais disputado não só para os que vão tentar a reeleição, mas também para os que vão se candidatar em 2014”, disse Jutay Meneses (PRB).
Ivaldo Moraes
Ivaldo Moraes (PMDB), afirma que suas bases estão sendo “tomadas” pela situação, mas que pretende trabalhar para recuperar os espaços perdidos. “Sou candidato a reeleição, sou votado em Campina Grande, Alagoa Nova, Lagoa de Roça, Matinhas, Junco do Seridó, Gado Bravo, inúmeros municípios e não resta dúvida que Ricardo Coutinho está tomando muitos prefeitos, mas assim como a gente perde, a gente reconquista”.
Assis Quintans
O deputado Assis Quintans (DEM) diz que por ter uma atuação temática, atinge um maior número de municípios com seus projetos. “Na última eleição tive votos em 148 municípios. Não fico concentrado em um município porque não faço política de varejo, faço no atacado. Sempre trato as coisas macro, coisas que venham a trazer a transformação na vida da população, como transposição. A disputa vai ser mais acirrada e precisamos ter mensagem”, afirmou.
Raniery Paulino
Raniery Paulino (PMDB) disse que trabalha para os 223 municípios e não apenas para aqueles onde tem base eleitoral. E, por isso, segundo ele, apesar disso, a identificação maior com a região do Guarabira não o impede de levar a mensagem de seu mandato para todas as regiões do Estado. “Nunca é demais ampliar o nosso raio de atuação. Tenho feito um mandato propositivo, que tem buscado construir esta interlocução com os municípios paraibanos”, frisou.
Lea Toscano
Lea Toscano (PSB) afirmou que o resultado das eleições de 2012 a ajudará a ter um desempenho melhor em 2014. Segundo ela, de seis prefeitos em sua base, já conseguiu ampliar para mais de 10. “Também tive a oportunidade de ajudar a eleger outros prefeitos e pessoas com quem agora estou convivendo, levando para audiências com o governador, para levar benefícios aos municípios do Brejo. Acho que esta é a maneira que tenho para me reeleger”, disse.
Gervásio Maia
“Estou atuando de forma a procurar defender os interesses das regiões em que atuamos e é claro que se outra liderança, município, ou a população queira abraçar nosso projeto, as portas evidentemente estão abertas. Nosso projeto tem a participação popular, em relação aos projetos de lei que temos apresentado e que sempre são voltados para melhorar a qualidade de vida do povo paraibano e tem impacto muito positivo”, afirmou Gervásio Maia (PMDB).
Daniella Ribeiro
Daniella Ribeiro (PP) disse que trabalha para buscar esta ampliação, contando com isso, com o dia-a-dia na Assembleia para ajudá-la. “Acho sempre importante você poder ampliar até porque com mandato você passa a lidar com vários segmentos, é procurada por vários municípios e aí você tem como firmar uma espécie de aliança e é natural que isso seja ampliado. Então vamos sim buscar esta ampliação e tentar ter mais apoios”, declarou.
Hervázio Bezerra
Hervázio Bezerra (PSDB) disse que tem trabalhado para manter como aliados as mesmas lideranças que o ajudaram em 2010, mas como tem um mandato devido à licença de Manoel Ludgério (PSD) que está no Governo Estadual e, por isso, afirma que tem a obrigação de aumentar sua base, para a partir de 2015 não ser suplente de coligação. “Como seguro morreu de velho, tenho lutado para permanecer com as lideranças que me apoiaram em 2010. Mas também estou de olho aberto em muitos municípios, em outros prefeitos, outros amigos”, afirmou.
Correio da Paraíba
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