Cultura

São João de verdade só na ‘Capital’ do Sertão e CG

Para quem gosta de brincar os festejos juninos no interior da Paraíba este ano não verá o São João como de costume em várias cidades. Grande parte dos municípios decidiu não realizar a festa mais popular do interior nordestino. Alguns colocando a seca como culpa, outros alegando evitar problemas mais adiante com a Justiça, devidos aos gastos pagos pelo poder público.

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Mas por que será que Campina Grande que realiza o maior São João do Mundo pode?  E Patos, a “Capital do Sertão” que bota pra ferver no “Terreiro do Forró”. Se cada cidade tem uma justificativa diferente, isso eu não sei, mas posso colocar minha opinião.

Em Sousa, o “São João de Todos” enfrentou problemas com a Justiça devido a suspensão do processo licitatório provocado pelo Ministério Público. Mas em Cajazeiras o que houve mesmo com o Xamegão que depois de 30 anos foi extinto? Para algumas perguntas pode não ter uma resposta convincente.

Além disso, outras cidades menores da região também deixaram de realizar os festejos juninos pelos mesmos motivos.  Seca, falta de recurso e medo dos gestores de ser punido posteriormente pela Justiça. Na verdade, se formos observar todo esse panorama vemos uma coisa. Muitas dessas festas já eram tradicionais e eram esperadas o ano inteiro pela população, que além de brincar servia e extravasar alegria, o evento servia para aproximar parentes que moram em outras cidades e regiões do país, fortalecendo os laços familiares e mantendo viva a tradição do nosso São João.

Há quem defenda que os shows com artistas renomados ou bandas de forró podem ser substituídos por eventos mais simples, para cortar gastos, como era feito antigamente. Mas é preciso entender que a cultura é “viva” e também muda com o tempo. Não se pode forçar um jovem com menos de 25 anos a gostar das mesmas coisas que uma pessoa com mais de 50 anos gosta. O ideal é que além de shows com artistas tradicionais e os que fazem sucesso no momento, haja também festivais de quadrilhas juninas e outras apresentações típicas dessa época do ano.

Agora uma coisa é certa: não há investimento melhor do que aquele que proporciona bem estar ao seu povo. Porque a felicidade e a alegria de uma gente não há dinheiro que pague.

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Dida Gonçalves é Bacharel em Comunicação Social, Relações Públicas, formado pela UFPB. Exerce as funções de Radialista e Diretor do portal Radar Sertanejo.

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