A Polícia Civil descobriu na tarde desta terça-feira (15) a existência de uma casa que funcionava como ponto para realização de abortos clandestinos. O local fica na rua Barão de Mamanguape, no bairro da Torre, em João Pessoa, e foi identificado após denúncias da família de uma mulher que teria morrido de infecção por causa de um procedimento mal feito.
No local, a polícia encontrou materiais que seriam utilizados para a prática e um quarto onde os abortos aconteciam. “Acreditamos que todo material utilizado era reaproveitado de vítima para vítima. Daqui elas saíam com a sonda para que o feto fosse morrendo”, disse a delegada Emília Ferras.
A suspeita de realizar os procedimentos é Marlene da Silva Alves, de 74 anos. A idosa negou o envolvimento com o crime e afirmou que o material era utilizado para tratar de pessoas doentes. “Elas que vem me procurar. Eu não vou atrás de ninguém. Esses remédios são para meu uso”, relatou a acusada.
“As investigações começaram no dia 30 de junho. Nós fomos procurados pela irmã de Josicleide, Jaqueline Gomes. Ela disse em depoimento que Josicleide estava grávida do terceiro filho e teria procurado a casa de dona Marlene para fazer o aborto, no dia 6 de maio. Dois dias depois, ela passou por complicações, voltou à casa de dona Marlene e sem resultado foi internada em uma Maternidade de João Pessoa, encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde passou por uma histerectomia, mas aí já era tarde demais. No dia 8 de maio ela faleceu. Na certidão de óbito consta morte por aborto e septicemia (infecção generalizada)”, informou a delegada responsável pelo caso, acrescentando que a vítima estava fragilizada após o procedimento abortivo. “Quando ela procurou a família já nem conseguia andar mais, de tão fraca que estava e de tantas dores que sentia. Ela deixa dois filhos órfãos”, disse a delegada.
A polícia vai dar sequência às investigações para descobrir outras vítimas da idosa. “Pedimos às pessoas que souberem de alguma vítima, que nos informem pelo telefone 197″, finalizou a delegada.
Redação com TV Tambaú