Paraíba

Estado vai implantar mais de duas mil barragens subterrâneas no Semiárido

Estado vai implantar mais de duas mil barragens subterrâneas no SemiáridoO Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido, vai implantar mais de duas mil barragens subterrâneas, beneficiando agricultores que vivem em cidades que tiveram estado de emergência decretado por conta do longo período de estiagem. As ações fazem parte do Programa Asa Branca – Plano Emergencial de Enfrentamento à Estiagem, lançado pelo governador Ricardo Coutinho nessa quinta-feira (18), e que destinará mais de R$ 133 milhões às cidades atingidas pela seca.

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De acordo com o secretário de Estado da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido, outras ferramentas de combate à estiagem, como as barragens subterrâneas, também serão implantadas, melhorando a vida de agricultores familiares em diversas regiões do Semiárido paraibano. “A determinação do governador Ricardo Coutinho é que, inicialmente, sejam implantadas duas mil barragens desse tipo para amenizar, consideravelmente, o drama de centenas de famílias afetadas pelo longo período de estiagem”, afirmou Lenildo Moraes.

Ainda de acordo com o secretário, além das duas mil barragens subterrâneas, os agricultores familiares vão dispor de mais 300 equipamentos deste tipo, construídos através do Procase, levando água a mais de 2.300 famílias. “Com a água, a partir dessas tecnologias sociais, podemos garantir a permanência das unidades familiares de produção durante o período de estiagem”, destacou, lembrando que o projeto de elaboração das barragens subterrâneas permitirá a construção de igual número de poços amazonas e de caixas d’água. “O poço serve para retirar a água armazenada na barragem, que pode ser utilizada para pequenas irrigações, possibilitando que as famílias produzam durante o ano inteiro”, acrescentou.

Uso racional – A recomendação do Governo do Estado é disponibilizar as barragens subterrâneas para irrigação de forragem. Outra recomendação é que os agricultores usem a água de forma racional, sem desperdício, e que repliquem as tecnologias em outras áreas. Com esse objetivo, o governador Ricardo Coutinho manteve, recentemente, reunião com representantes do Movimento Sem Terra (MST) e de outros movimentos sociais camponeses.

Na oportunidade, o Governo e representantes de movimentos firmaram parcerias para ampliação da construção de barragens subterrâneas, poços e cisternas para garantir a irrigação e também a abertura de diálogo com a iniciativa privada para o escoamento da produção agrícola dos assentamentos. O governador Ricardo Coutinho classificou as reivindicações dos representantes dos movimentos sociais justas e adiantou que muitas delas já foram executadas, como a criação da Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido.

Barragens subterrâneas – As barragens subterrâneas funcionam da seguinte forma: durante o período seco, são instalados no leito de rios e riachos, barramentos com lonas plásticas enterradas no subsolo, para conter e armazenar a água no solo. É uma tecnologia relativamente simples e de fácil domínio, contudo, na fase de locação e instalação, é preciso observar alguns critérios técnicos.

Após a locação, é feita a escavação de uma vala perpendicular ao sentido da descida das águas até a profundidade onde se encontra a camada mais endurecida do subsolo, normalmente chegando até 4 metros de profundidade, a depender das condições do terreno, em extensões que variam de 30 a 100 metros, na qual é estendida uma lona plástica com 200 micras de espessura por toda a extensão da vala.

Feito isto, a vala é fechada com a própria terra originária da escavação. O plástico impermeável funciona no barramento e no armazenamento da água no subsolo, inclusive reduzindo os efeitos da evaporação. Desse modo, é gerada uma vazante onde a umidade do solo se prolonga por vários meses, permitindo que as agricultoras e os agricultores familiares possam cultivar e produzir alimentos com êxito, mesmo em períodos de estiagem e seca, além de cultivo de forragens e armazenamento estratégico de água para os rebanhos.

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