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Explosões a bancos financiam tráfico de drogas no Nordeste

José Ricardo é suspeito de chefiar um grupo responsável por explodir bancos no Nordeste  (Foto: Diogo Almeida/G1)
José Ricardo é suspeito de chefiar um grupo responsável por explodir bancos no Nordeste (Foto: Diogo Almeida/G1)

Uma quadrilha especializada em roubos a bancos na região Nordeste utilizava o dinheiro adquirido nas explosões a caixas eletrônicos para investir no tráfico de drogas. A desarticulação é fruto da prisão do suspeito de chefiar o grupo, que aconteceu na quarta-feira (22) em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. A afirmação foi feita pelo delegado Állan Murilo Terruél, titular do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil da Paraíba e responsável pela operação que resultou na prisão.

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“As explosões funcionam como uma captação de recursos para a quadrilha. O dinheiro que eles conseguem com estes roubos é utilizado pelas células criminosas para investir no tráfico de drogas e em outras atividades ilícitas,” disse o delegado.

Suspeito foi apresentado na manhã desta quinta-feira (22), em uma coletiva de imprensa na sede do GOE, em João Pessoa (Foto: Diogo Almeida/G1)Em entrevista coletiva, realizada na sede do GOE em João Pessoa na manhã desta quinta-feira (23), o delegado detalhou que o grupo, do qual José Ricardo de Souza Silva é suspeito de chefiar, era articulado em três equipes menores, onde cada uma delas tinha uma função definida para que os assaltos a banco tivessem êxito.

“Parte do grupo ficava responsável por roubar, adulterar e guardar os veículos utilizados pela quadrilha, outro setor do grupo se encarregava de conseguir armas e explosivos para serem usados nas explosões e o terceiro setor ficava responsável por, de fato, sitiar as cidades e atuar nas agências”, explicou Terruél.

À imprensa, o paraibano José Ricardo negou as suspeitas e disse que não tinha envolvimento com nenhum crime, mas que apenas trabalhava e morava no município onde houve a prisão. Segundo o advogado de Ricardo, Eduardo Luna, há a possibilidade do suspeito confessar os crimes e colaborar com a policia através de colaboração premiada. “Ainda vamos analisar todos os inquéritos que pesam sobre ele e a partir disso iremos decidir”, diz.

Segundo o próprio advogado, a chamada delação premiada funciona da seguinte forma: o suspeito confessa os crimes no qual teria autoria e aponta como funcionava o esquema criminoso e quais seriam as pessoas envolvidas. “O benefício para o colaborador pode ser de ter a pena reduzida ou até mesmo não ser denunciado”, disse o advogado.

Durante as investigações, que começaram há cerca de dois meses, a quadrilha teria atuado em pelo menos três explosões a banco, nas cidades paraibanas de Taperoá e Boqueirão e no município de Poção, em Pernambuco. Nestes três roubos, o grupo teria roubado cerca de R$ 1 milhão.

Além dos crimes de roubo de veículo e das explosões, o suspeito também trabalharia em conjunto com outras células criminosas. “Apesar de chefiar um grupo, José Ricardo também colaborava com os outros grupos, principalmente emprestando material como armas e veículos para que os outros grupos atuassem”, comentou Terruél. O grupo atuava em vários estados do Nordeste e com a desarticulação, a polícia vai investigar quais os casos em que eles estavam envolvidos.

Investigações
Antes da prisão de José Ricardo, outros suspeitos de integrar a mesma quadrilha foram presos no dia 15 de julho deste ano, sendo um em Campina Grande, na Paraíba e outros três nos estados do Maranhão e Piauí. O suspeito preso na Paraíba atuava no setor que roubava e armazenava veículos. Os que estavam nos outros estados estavam com explosivos que seriam transportados para a Paraíba.

Com a prisão destes suspeitos, a polícia conseguiu chegar até a identificação do chefe do grupo. “A operação ‘Phantom’, do inglês ‘Fantasma’, vem exatamente do fato de que ninguém tinha informações sobre quem era o líder. Ele atuava a partir do esconderijo dele e não se envolvia com os crimes, apenas comandava, isso através de documentos falsificados, dificultando saber quem de fato era a pessoa por trás de tudo”, disse Állan Terruél.

Sucessor
Ricardo é considerado ainda o principal sucessor de outro criminoso com atuação interestadual, preso em 2011 e recapturado em 2014, atualmente cumprindo pena em presídio Federal, segundo as informações da assessoria de comunicação da polícia da Paraíba.

Existem três mandados de prisão para Ricardo em aberto. Um é de 2010, expedido na cidade de Goiana, no Pernambuco, pelos crimes de roubo e formação de quadrilha; outro de 2012, expedido na cidade pernambucana de Itambé, pelo crime de homicídio qualificado; e outro de 2013, da cidade de Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa, pelo crime de roubo.

“Ele também já havia sido preso na cidade de Sapé, quando tinha 19 anos. Na época, ele foi detido por porte ilegal de arma. Depois que ele foi solto é que começou a atuar como um ‘fantasma no crime’”, concluiu o delegado.

Fonte: G1 PB

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