Depois de ficar dois meses na prisão, a cantora gospel Tania Levy, acusada de matar o marido em São Pedro (SP), afirmou que viu “a mão de Deus” durante o tempo que ficou na penitenciária. A artista de 38 anos contou detalhes sobre o período de detenção, falou sobre a relação com a vítima e a acusação de assassinato, além da dificuldade para retomar a carreira enquanto responde ao processo de homicídio.
Pelo menos 20 quilos mais magra após o período na cadeia, Tania, que teve o habeas corpus concedido pela Justiça na última quinta-feira (17), afirmou que a prisão a fez perder a “ingenuidade” e que se apoiou na religião para superar as dificuldades e a solidão do dia a dia da penitenciária. Segundo a cantora, ela recebeu um “aviso” de que seria solta.
“Foram dias muito difíceis. Eu tive que ficar por dez dias em um local onde a porta era fechada e só meus olhos e minhas mãos podiam ser vistos, mas antes desse tempo acabar, decidiram abrir a porta e eu não precisei mais ficar trancada sem ver ninguém. Ali eu vi a mão de Deus, ele me deu um aviso de que eu poderia me apoiar nele mais ainda e que eu seria solta em breve”, disse Tania, que ficou presa na Cadeia Pública de Santa Bárbara d’ Oeste (SP) e na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu (SP).
O crime aconteceu em setembro de 2013 e o corpo do guarda municipal Eliel Silveira Levy foi encontrado em um porta-malas de um carro incendiado. O mandado de prisão contra ela foi expedido no dia 15 de julho. Os policiais que investigam o caso descobriram que ela estava em uma residência na Rua Luiz Vaz Toledo Piza, no Jardim Ibirapuera, em Piracicaba (SP), e cumpriram a ordem de prisão preventiva.
Envolvido com crime
A suspeita de que Tânia estaria envolvida na morte do marido surgiu logo depois que o corpo do guarda municipal foi encontrado. De acordo com a artista gospel e com a advogada, Manuela Guedes, que acompanhou a entrevista nesta segunda-feira (21), a polícia trabalha com a hipótese de que a cantora matou o marido depois de descobrir uma relação extraconjugal.
“A relação existiu sim, meu marido teve um caso com uma mulher, mas eu perdoei, eu entendi as razões dele, eu amava meu marido, jamais eu mataria meu marido por qualquer motivo que seja. Eu não merecia estar sendo acusada. Não entendo porque estão me acusando”, afirmou.
Além de negar a autoria do crime, a cantora gospel relatou à reportagem que, meses antes da morte do guarda municipal, ela descobriu o envolvimento dele com o crime e que isso pode explicar o homicídio. No entanto, Tânia não deu detalhes sobre quais eram as ações cometidas pelo marido.
“Ele se envolveu com o crime, inclusive já havia sido preso duas vezes. Tinha gente que queria matá-lo. Eu fiquei com medo de ser alvo desses criminosos também. A polícia também tem que trabalhar com essa hipótese. Meu marido tentou esconder esse envolvimento com o crime, mas acabei descobrindo”, disse.
G1