As condições precárias de saneamento básico em Bonito de Santa Fé, Sertão da Paraíba, mostram a realidade apontada pelo IBGE. Na cidade é fácil encontrar muita gente obrigada a conviver com esgoto a céu aberto em ruas que não receberam pavimentação e não tem qualquer tipo de cuidado por parte da prefeitura.
Nesta rua (foto) do bairro Antolândia a primeira coisa que muitos veem quando abrem a porta é uma valeta com água de esgoto, muita terra e animais no local. Há poucos dias uma caçamba caiu em um buraco de esgoto e ficou encalhada. Os moradores têm que conviver com as doenças. “Bonito de Santa Fé nunca investiu o suficiente em saneamento básico, por isso chegou a essa situação,” diz um morador ao Radar Sertanejo.
A realidade do descaso dos gestores com saneamento básico não se resume apenas a Bonito de Santa Fé, segundo o IBGE já somam 20 milhões os brasileiros que convivem com esgoto a céu aberto. Segundo o Instituto, 11% das casas brasileiras ficam em quarteirões sem sistema de esgoto. Os maiores percentuais de moradias nessas condições ficam nas cidades médias, com populações entre 500 mil e um milhão de habitantes. Em Bonito de Santa Fé, que tem pouco mais de 11.500 moradores, mais de 54% das casas têm esse problema, sendo que 24.6% convivem com saneamento totalmente inadequado e 29.6% semiadequado, os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por enquanto, muitos moradores convivem com o mau cheiro e o risco de doenças.
As consequências são graves. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Carlos Henrique Nery, explica que uma poça de esgoto pode ser foco de muitas doenças. “Podemos ter larva do aedes aegypti, que transmite a dengue. Ele se adaptou às condições urbanas e mostra como essas doenças podem se adaptar às condições precárias de saneamento e de higiene”, explica.
As justificativas da prefeitura para a ausência de saneamento básico vão da falta de dinheiro à falta de hábitos de higiene da população.
Por Alex Gonçalves