Na noite desta segunda-feira (26), cerca de 200 bancários aprovaram a proposta dos bancos e os acordos específicos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, bem como deliberaram pela volta ao trabalho nesta terça-feira, após 21 dias de paralisação. Os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) rejeitaram a proposta específica e decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
A proposta dos bancos eleva para 10% o índice de reajuste sobre o salário e em 14% os vales alimentação e refeição. Reajusta também em 10% o piso salarial e 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), sendo que a parcela adicional será de 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, agradeceu à categoria a coesão, a mobilização e a força na resistência à tentativa dos banqueiros de empurrar goela abaixo um índice abaixo da inflação, além de tentarem ressuscitar o famigerado abono salarial.
“Os banqueiros, na sua gana por lucros a qualquer custo, quiseram tirar ainda mais proveito da crise e empurrar a negociação com a barriga, numa campanha que aconteceu em um cenário político e econômico controverso. Mas os bancários foram autênticos nas suas convicções e resistiram até onde puderam, nesses 21 dias”, ressaltou o presidente.
Quanto aos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, as discussões foram mais intensas, uma vez que o tratamento a eles dispensado foi diferente dos demais bancos oficiais e não atendeu às suas expectativas. “Os companheiros do BNB foram muito coerentes ao rejeitar a proposta da instituição financeira pública, uma vez que depois de tantos dias de negociação a direção do Banco não atendeu às suas reivindicações específicas. Portanto, vamos reforçar essa resistência”, argumentou Marcos Henriques.
A nova proposta da Fenaban, apresentada no 19º dia da greve e após três duras rodadas de negociação, retomadas devido a força da mobilização da categoria, avançou depois que os bancos recuaram da proposição inicial e aceitaram considerar, para efeito de compensação, os dias de paralisação de 6 de outubro a 26 de outubro de 2015. Assim, um dia após a assinatura do acordo, os trabalhadores vão compensar no máximo uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.
“Apesar de rompermos a intransigência dos banqueiros e conseguirmos reajuste acima da inflação pelo décimo segundo ano consecutivo, cumulando 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos, ainda não conseguimos sensibilizar os banqueiros a contratarem mais funcionários, para que a sociedade receba um atendimento decente e diminua o adoecimento dos bancários. Mesmo assim, estamos conscientes de que fizemos a nossa parte” concluiu Marcos Henriques.
Radar com assessoria