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Antecipar transposição do Rio São Francisco é solução para crise hídrica na Paraíba, dizem debatedores

Transposição do Rio São Francisco é solução para crise hídrica na Paraíba, dizem debatedores. (foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Antecipar a conclusão da obra de transposição do Rio São Francisco é importante para solucionar os problemas decorrentes da crise hídrica na região do Compartimento da Borborema, como é chamada parte do Planalto da Borborema, envolvendo mais de 30 municípios monopolizadas pela cidade de Campina Grande (PB). A solução foi apontada pelos convidados e parlamentares que participaram da audiência pública realizada nesta quarta-feira (9), na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC).

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O debate, proposto pelo deputado Rômulo Gouveia (PSB-PB), que presidiu a audiência, reuniu representantes da Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba, da Agência Nacional de Águas  (ANA) e do Ministério da Integração Nacional, além de parlamentares dos estados do Nordeste.

Capacidade esgotada

Há um ano, mais de 400 mil habitantes sofrem racionamento de água. O principal manancial, o Açude Boqueirão, está com 13,2% da sua capacidade, praticamente esgotado. De acordo com estimativa da Diretoria de Gestão da Agência Nacional de Águas, a reserva deve durar até janeiro de 2017.  Por isso Rômulo Gouveia cobra a apresentação de um plano do governo federal para atender a população que, segundo ele, já enfrenta racionamento de três a quatros dias, com graves dificuldades para a zona rural. O deputado defendeu a antecipação da entrega da obra, com a implantação de um terceiro turno de trabalho.

No entanto, a previsão para a conclusão do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco, que abastecerá a região, é dezembro de 2016, como informou o assessor especial do Ministério da Integração Nacional, Irani Ramos Braga. Ele explicou que a ideia do ministério é adiantar a transposição, mas, para isso, é importante a participação dos parlamentares.

— A participação do parlamento na discussão do orçamento, nas conversas com os órgãos de planejamento e financeiros no sentido de garantir a disponibilidade financeira e orçamentária para essas obras é essencial. A força de vocês é infinitamente maior que a nossa — acrescentou.

O deputado Marcondes Gadelha (PSC-PB) argumentou que é importante estudar como e de onde se pode conseguir o abastecimento de imediato. Ele considera que a solução, para o momento, é buscar água no subsolo. Em Boqueirão e alguns municípios, a água da transposição vai chegar por percurso natural.

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), porém, chamou atenção para a construção de um canal de seis quilômetros entre alguns trechos, que deverá evitar o desperdício.

— A circulação natural tem desperdício muito grande, e dos canais tem apenas 2%. Como essa é uma água cara, por causa das estações elevatórias que são necessárias, além do bombeamento e da eletricidade, é importante que o desperdício dessa transposição seja o menor possível — alertou o parlamentar.

O diretor presidente da Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba, João Fernandes, disse que parte da água reservada precisa ser utilizada para que não se perca por motivos naturais, como a evaporação.

Com informações da Rádio Senado

Agência Senado

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