Política

Documentos aproximam Carlos Antônio e Mário Messias da Taos Brasil

O ditado popular de que cutia não sobe em árvore pode ser usado em justa posição em relação ao suposto esquema pensado para credenciar a empresa Taos Brasil Vistoria Veicular LTDA ao Detran. Na denúncia encaminhada ao Ministério Público, a qual o Jornal da Paraíba teve acesso, há a informação de que o ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio, e o empresário Mário Messias, preso na operação Andaime, seriam parceiros comerciais da empresa citada.

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Carlos Antônio negou a informação em entrevista ao Jornal da Paraíba e Mário Messias, por motivos óbvios, não pôde se pronunciar. O ex-prefeito, inclusive, disse sequer conhecer os sócios da Taos Brasil Vistoria Veicular, entre eles, Juan Demetrios Casado Liberal, que, depois de tentar sem sucesso concurso para fisioterapeuta na prefeitura de Cajazeiras, em 2013, se deu bem em negócios com a prefeitura como sócio da Rede Net Comércio Serviços de Tecnologia LTDA.

E como se deu bem. A empresa recebeu da prefeitura de Cajazeiras só no ano passado, a título de suporte de informática na Secretaria de Educação nada menos que R$ 249 mil. E sabe o mais curioso, ele tem como sócio na Rede Net o empresário Jorge Messias, que vem a ser irmão de Mário Messias. Não custa lembrar que o irmão hoje preso foi candidato a prefeito de Cajazeiras, em 2008, com o apoio de Carlos Antônio. O mesmo que não conhece a Taos, nem Juan Demetrios.

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Mas não para por aí. Um levantamento simples nas redes sociais e blogs da região polarizada por Cajazeiras mostra que, em 2013, Jorge Messias, que é muito ligado à prefeita Denise Oliveira (PSB), fez a doação de um terreno de um hectare e meio para o governo do Estado justamente para a instalação da nova sede do Detran, em Cajazeiras. O terreno fica ao lado do campi da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Altruísmo puro.

Feito esse preâmbulo, vamos retornar à denúncia encaminhada ao Ministério Público Estadual. Segundo os documentos, a Taos Brasil Vistoria Veicular fez uso de um esquema que visava arrecadar R$ 800 milhões por ano com a implantação das vistorias de ruído e emissão de gases poluentes, conforme a lei 9.329/2011, do deputado estadual Ricardo Barbosa e sancionada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), mas ainda não posta em prática no Estado.

Para isso, teria feito uso de uma rede de indicações políticas, lobby e tráfico de influência que foi veementemente negada pelo atual superintendente do Detran, Aristeu Chaves, ex-prefeito de Camalaú. O gestor acusou a Renavin Vistoria Veicular pelas acusações e negou ter sido nomeado a pedido da deputada estadual Estela Bezerra, como diz a denúncia. Além disso, apresentou documentos mostrando que o pedido de credenciamento da Taos foi indeferido.

A teia de relações é extensa, mas cada vez mais se aproxima dos empresários de Cajazeiras…

Blog Suetoni Souto Maior

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