Destaque 2Paraíba

Deputado elogia coragem de Farena e solidariza-se com demitidos do Jornal da Paraíba

Em pronunciamento realizado na última terça-feira, 12, na Câmara dos Deputados, em Brasília, o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) elogiou a coragem e a qualidade analítica do procurador federal Duciran Farena, que fez uma previsão do Brasil pós-golpe em artigo publicado no domingo, 8, no Jornal da Paraíba.

- PUBLICIDADE -

O representante do Ministério Público Federal na Paraíba avaliou que a Operação Lava Jato terá um fim melancólico e que as investigações de corrupção serão arquivadas caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja impedida de continuar governando. “Exalto o ato de coragem do Procurador do Ministério Público Federal (MPF), Duciran Farena. O artigo dele foi duro, mas realista. Peço que seja registrado nos anais desta Casa”, disse Luiz Couto.

Eis a íntegra do artigo de Farena:

Destruam a Lava-Jato!

Aprovado o impeachment, assume Michel Temer. É nomeado um ministério de notáveis com Serra “primeiro-ministro” e Gilmar Mendes, eminência parda. É lançado o grande plano de reconstrução nacional. Entrevistas e notícias sobre seus impactos tomam conta do noticiário. Lentamente, o assunto corrupção desliza para o esquecimento. A classe média raivosa comemora: “foi só o PT sair para a corrupção diminuir”. Ocorrem as primeiras anulações de delações premiadas, por vício de coação. Processos inteiros são anulados, e empreiteiros libertados, com mínima repercussão na imprensa. A grande tarefa é reconstruir o país, e para isso a expertise das empreiteiras é mais necessária que nunca. A punição fica para depois; no momento, o que importa é a união das forças vivas da nação em torno da retomada do crescimento. Nenhuma reforma estrutural do sistema político é aprovada pelo congresso; ao contrário, aprovam-se anistias e descriminalizações. Criticar o governo volta a ser impatriótico, e ofender o presidente, ato criminoso e terrorista. O processo eleitoral que levaria à cassação da chapa Dilma/Temer e realização de novas eleições emperra. O mandato de Temer é concluído e o processo não é julgado. Perde o objeto.

Gilmar volta aos velhos tempos, denunciando furiosamente estados policiais e abusos de Torquemadas. Cunha afasta-se discretamente da presidência, para não constranger seu amigo Temer, mas nos bastidores, sua influência continua. Do processo de cassação, e do processo criminal contra ele, no STF, ninguém ouve mais falar.

O juiz Moro deixa de ser destaque. Cada vez mais passa para o segundo plano nos jornais e telenoticiários. Chovem processos e representações disciplinares contra ele, vindas de todas as partes do Brasil. Nenhuma manifestação é convocada para defendê-lo. Acuado, Moro, se não é afastado disciplinarmente antes, aceita rapidinho uma promoção obsequiosa para o Tribunal Regional, indo parar na câmara previdenciária. Some de vez.

Lula e Dilma, durante seus governos, indicaram os mais votados nas listas tríplices elaboradas pelo Ministério Público Federal, o que assegurou a autonomia dos Procuradores Gerais da República que denunciaram o mensalão e o petrolão.

No entanto, ao se aproximar o fim do mandato de Rodrigo Janot, um grupo de procuradores divulga um manifesto contra a lista tríplice. Declaram-na sem fundamento legal. Teve sua importância durante a ditadura do PT, a fim de evitar a escolha de um Procurador-Geral bolivariano.

Mas agora, com a legitimidade democrática plenamente restaurada, e afastado o risco de aparelhamento, torna-se uma ilegalidade e um constrangimento desnecessário ao presidente da República.

Temer declara não poder fugir à sua responsabilidade e prerrogativa constitucional e ignora a lista, escolhendo um dos procuradores que havia se recusado a submeter seu nome à votação. O Ministério Público Federal desaparece do noticiário. Junto com a Lava-Jato.

A coluna de hoje foi patrocinada por Mãe Dinah dos acarajés – o destino em suas mãos.

Solidariedade – Além disso, o deputado aproveitou para prestar sua solidariedade aos cerca de 120 profissionais dispensados de suas funções por causa do encerramento da edição impressa do Jornal da Paraíba, um dos três noticiosos impressos do Estado.

“Gostaria também de me solidarizar com os trabalhadores que foram dispensados com o fim do Jornal da Paraíba impresso e que foram dispensados em pleno dia do jornalista, dia 7 de abril.

Sei que esta situação está sendo difícil para todos eles e que agora todos eles estão atrás de novas portas. Portanto, julgo importante abraça-los e me solidarizar com todos eles devido aos constrangimentos passados nestes últimos dias”.

Deixe uma resposta