Dilma se queixa de traição do paraibano Aguinaldo Ribeiro e diz que foi como faca no peito
Auxiliares da presidente Dilma Rousseff (PT) dizem que ela não escondeu o abatimento quando viu as “traições” na votação da Câmara dos Deputados que autorizou, no domingo à noite, a abertura do processo de impeachment. “Foi como uma faca no meu peito”, disse ela, no Palácio da Alvorada, após o resultado.
Ela disse ter ficado “chocada” com o voto do deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a favor do impeachment. Ribeiro foi ministro das Cidades. Outros ex-ministros, como os deputados Mauro Lopes (PMDB) e Alfredo Nascimento (PR), também apoiaram o afastamento da presidente. Dilma também teria mostrado “inconformismo” com o fato de o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), terem “virado as costas” para ela no último minuto.
Em conversas reservadas, ministros disseram ao Estado que foi “um erro” o governo ter deixado a reforma ministerial para depois da votação na Câmara. Na avaliação de auxiliares de Dilma, o fato abriu caminho para o vice-presidente Michel Temer (PMDB) investir sobre os deputados de vários partidos aliados e prometer “benesses”.
O “núcleo duro” do governo também diz ter ficado indignado com o fato de ter recebido apenas oito votos do PMDB, que tem uma bancada de 67 deputados e, apesar do rompimento com Dilma, ainda ocupa ministérios. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), prometia entregar à presidente cerca de 20 votos contrários à sua deposição.
com Estadão