Quatro saguis (soins) e três macacos-prego, capturados entre julho e novembro de 2015, em cidades cearenses, apresentaram resultado positivo para o teste de zika vírus, em uma pesquisa. Esse é o primeiro caso de infecção em animais fora da África.
Os primatas testados tem hábitos domésticos e vivem próximos aos humanos, em áreas com notificação do vírus e ocorrência de microcefalia. O resultado da análise apontou a possibilidade dos bichos atuarem como reservatórios do vírus.
A pesquisa, feita por especialistas do Instituto Pasteur de São Paulo, da Universidade de São Paulo (USP) e da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, através do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet) e das Coordenadorias Regionais de Saúde (Cres), tinha como objetivo primário realizar estudos sobre raiva em animais silvestres da região Nordeste do Brasil.
A pesquisa ainda não apresentou conclusões, mas, de acordo com a veterinária Naylê Holanda, da Nuvet, é provável que os animais tenham sido infectados pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti a partir de humanos. A preocupação agora é que, assim como acontece com a febre amarela, os animais silvestres possam infectar novas pessoas.
Os soins e macacos-prego testados foram capturados nos municípios de Tabuleiro do Norte, Quixeré, São Benedito e Guaraciaba do Norte. Após a pesquisa, os animais foram devolvidos à natureza, com um microchip implantado, para que, futuramente, sejam recapturados e estudados com mais profundidade.
Verdes Mares