A produção de silagem para ração animal em período de prolongadas estiagens, aproveitando o desenvolvimento das plantas forrageiras na época de chuva, está sendo estimulada pelo Governo do Estado, numa ação coordenada pela Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), que abrange todos os 223 municípios paraibanos.
Na região de Sousa, no Sertão, por exemplo, por meio de parceria entre as prefeituras municipais e a Sedap, já foram realizados inúmeros eventos visando a orientação dos criadores para esta prática de armazenar ração animal, atendendo a 63 agricultores, com o armazenamento de 2.939 toneladas de silagem.
O mais recente Dia Especial sobre Armazenamento de Forragem para Alimentação Animal aconteceu no Sítio Bonfim, de propriedade de Heleno Raimundo de Oliveira (Heleno de Baior), na zona rural do município de Vieirópolis. Com três estações, o evento teve início às 8h, com exibição de vídeo contando experiências bem sucedidas nos municípios que compreende o Vale do Piranhas, seguido de explanação sobre a prática de armazenamento de forragem através do silo de superfície e, também, da apresentação de prática de silagem usando máquina trituradora acoplada a trator, utilizando lona plástica para o armazenamento. Os responsáveis pelas explicações nestas estações foram o médico veterinário Joscélio Cavalcante Souza, o extensionista rural Manoel Chagas de Oliveira e o produtor rural Heleno Raimundo de Oliveira.
Com a participação de 40 produtores rurais, o Dia de Campo marcou o início do Programa de Armazenamento de Forragem (Silagem), contou com a participação de extensionistas das Unidades Operadoras Manoel Chamas de Oliveira, de Vieirópolis, Guilherme Sena, de Lastro, Daniel Soares, de Sousa, Hilvaro Marques, de Marizópolis, além de representantes da prefeitura municipal, do secretário da agricultura municipal, do presidente dos Trabalhadores Rurais, Joaquim Nunes Gadelha, do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Aldenio Duarte, contando com o acompanhamento do coordenador regional da Emater em Sousa, Francisco de Assis Bernardino.
A metodologia de silagem trabalhada pela Emater no Dia de Campo foi a construção de silo de superfície utilizando uma máquina trituradora acoplada em trator e lona plástica para o processamento e armazenamento do material.
Ficou definido que a Emater de Vieirópolis atenderá aos produtores do município que dispõe de milho, capim e sorgo para a realização de silagem, garantindo que eles tenham a ração necessária para a alimentação de seus rebanhos em período de prolongada estiagem, segundo informou Assis Bernardino.
O extensionista rural Manoel Chagas de Oliveira ressaltou que a silagem é uma técnica que o produtor pode lançar mão para aproveitar o bom desenvolvimento das plantas forrageiras na época de chuva e guardá-la em recipiente adequado para fornecer aos animais durante o período seco, quando as capineiras estão com seus níveis nutricionais muitos baixos ou praticamente inexistem.
O extensionista acredita que essa alternativa de convivência com o semiárido proporcionará uma alternativa importante para garantir alimento de qualidade ao rebanho, com redução de custos de produção, evitando gastos extras com a aquisição de ração no período crítico para alimentar o rebanho.
Tipos de silo – Os mais utilizados são dos tipos superfície ou trincheira. Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens referentes, principalmente, ao custo de construção, facilidade de carregamento e descarregamento e eficiência na conservação da silagem.
As técnicas de estocagem de forragem são muitas e algumas já bem conhecidas no mundo rural, estratégia imprescindível para manter a estabilidade produtiva dos rebanhos no semiárido.
Devido aos custos, também vem sendo praticada a silagem em sacos plásticos, por ser uma opção barata, podendo-se aproveitar sacos de adubo desde que sejam bem lavados e sem furos. Outros sacos plásticos resistentes podem ser utilizados. A compactação é feita com os pés ou bastões, e a vedação é feita amarrando-se a boca do saco.
A silagem em saco não é uma técnica nova, mas é pouco difundida, principalmente na Agricultura Familiar, sendo recomendada como uma técnica alternativa para ser utilizada em agroecossistemas familiares, devido sua praticidade.
Este tipo de ensilagem em saco consiste no armazenamento do material forrageiro triturado e compactado em saco plástico de capacidades variadas.