O trabalho investigativo da Polícia Civil da Paraíba resultou na condenação de 14 pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa responsável por pistolagem, tráfico de drogas, roubos e fraudes no Sertão do Estado. Todos foram presos no dia 3 de março de 2015, durante a operação ‘ A Teia’, na qual 90 policiais civis cumpriram mandados de prisão expedidos pela Comarca de Conceição.
De acordo com o delegado Glauber Fontes, da 17ª Seccional, que tem sede em Itaporanga e abrange a área onde o grupo criminoso atuava, o Ministério Público ratificou as constatações expostas em inquérito policial. “A investigação efetiva foi importante e deu subsídio para que o Poder Judiciário acatasse a denúncia e entendesse pela condenação desses presos por organização criminosa, já que eles realmente agiam em bando para praticar violência”, frisou a autoridade policial.
O trabalho da Polícia Civil deu origem a cinco processos, sendo um relacionado a homicídios e dois a tentativas de homicídios (pistolagem), um por tráfico de drogas e outro por organização criminosa. “É importante que isso seja divulgado, para mostrar a sociedade que quem pratica crimes realmente acaba recebendo sentenças condenatórias. E o Judiciário só conseguiu esse resultado a partir de ações integradas com essa instituição, que incluíram Inteligência Policial. Todos os relatórios confeccionados pela Polícia Civil contribuíram para o desmembramento do bando, a partir dos tipos de crimes praticados”, destacou o juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto.
O magistrado ainda acrescentou que, depois da operação, os moradores de Conceição passaram a confiar mais não só na Polícia, como também nas outras instituições envolvidas no enfrentamento à violência.
A operação – Além das prisões, ‘A Teia’ ainda apreendeu armas de fogo, munições de diversos calibres e mais de R$ 500 mil em dinheiro e cheques. Fabiano Márcio Rodrigues, 41 anos, ex-candidato a vereador, foi apontado como líder do grupo e preso no momento em que tentava fugir do cerco policial na cidade de Conceição. Uma oficial de Justiça que atuava no município também foi presa por avisar à quadrilha sobre a ação da Polícia. Mandados de prisão ainda foram cumpridos em Patos e Campina Grande e nos estados de São Paulo e Rondônia.
O grupo era articulado e formava um esquema criminoso com ramificação em outros estados. O dinheiro do tráfico era utilizado para financiar favores políticos, como concessão de remédios, viagens e outros. Pelo menos seis pessoas foram vítimas de homicídios ou tentativas de homicídio por parte dessa quadrilha, que eliminava aqueles que não colaboravam com o esquema. No dia 1º de janeiro do ano passado, um casal foi executado em Conceição com ordens por um apenado de Catolé do Rocha, que estava na Penitenciária Federal de Rondônia.