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Polícia mostra como agia grupo criminoso responsável pela venda de atestados médicos falsos na Paraíba

A Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa divulgou, no início da tarde desta quinta-feira (20), detalhes da investigação que culminou com a prisão do servidor da Prefeitura Municipal da Capital, Wolgran Andrade Lima, 25 anos, e do representante comercial Everton Melquiades de Araújo, 26 anos, suspeitos de integrar um grupo criminoso responsável pela venda de atestados médicos falsos na Paraíba, por meio das redes sociais.

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Os agentes de investigação realizaram um levantamento na internet e descobriram durante as buscas a existência de um grupo de whatsapp que a associação criminosa usava para oferecer atestados ou receituário (receita médica) com o discurso de que a pessoa podia resolver os problemas ao entrar no grupo. Eles também passavam a tabela de preços aos interessados. Um atestado de três dias custava 60 reais, cinco dias 90 reais, sete dias 110 reais, dez dias 140 reais e 14 dias 160 reais.

“Os criminosos também informavam que o atestado já vinha com o Código da Doença (CID) cadastrado e com o carimbo e assinatura do médico e acima de cinco dias eles ainda mandavam uma receita de brinde com a suposta medicação prescrita pelo médico para que não restasse nenhuma dúvida na hora da apresentação do atestado ao empregador. Todos os atestados eram vendidos através desse grupo e quando o cliente estava fora da cidade os integrantes da associação criminosa enviavam o documento falso pelos correios”, disse o delegado Lucas Sá.

O grupo tinha 256 pessoas e entregava os documentos falsos em vários Estados. A polícia teve acesso a algumas negociações feitas pelos celulares dos dois suspeitos presos. O grupo foi desativado na noite de quarta-feira (19), mas antes disso mais de 20 pessoas do grupo criminoso foram identificadas, e os mandados de prisão preventiva deles já foram solicitados à Justiça. Entre os envolvidos está um enfermeiro do Complexo Hospitalar Governador Tarcisio Burity (Trauminha de Mangabeira), que seria o responsável por desviar os carimbos dos médicos e as folhas de atestados. Sávio Ricardo Neves Lira se apresentou nessa quinta-feira na delegacia, foi interrogado e liberado por não estar mais em situação de flagrante.
Entenda o caso – O grupo criminoso responsável pela venda de atestados médicos falsos começou a ser investigado há 20 dias. Os primeiros levantamentos mostram a participação de cinco pessoas que moram na cidade de João Pessoa. Na tarde dessa quarta-feira (19), o servidor da Prefeitura Municipal de João Pessoa Wolgran Andrade Lima foi preso em fragrante, quando tentava entregar um atestado falso a um cliente próximo a uma empresa de telemarketing que fica no bairro de Mangabeira. Por meio dele, a polícia chegou ao representante comercial Everton Melquiades de Araújo, que também foi preso.

Os dois suspeitos eram responsáveis por conseguir “clientes” para a associação criminosa, confeccionar os atestados médicos e preencher os dados solicitados pelos clientes. Os dois foram apresentados ao Juiz na audiência de custódia e foi arbitrada uma fiança de 5 salários mínimos para Everton Melquiades. Já Wolgran Andrade teve a prisão convertida em preventiva e foi encaminhado para o Presídio Flósculo da Nóbrega (Roger).

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