O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) foi escolhido nesta terça-feira (4) o novo líder do partido. A informação foi dada pelos senadores Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL) e Kátia Abreu (TO), após reunião da bancada.
No posto, Raimundo Lira terá a missão de “unir” e “harmonizar” a bancada do partido, a maior do Senado, com 22 parlamentares.
Raimundo Lira substitui na função Renan Calheiros (AL), que deixou o posto de líder na semana passada.
Renan anunciou na última quarta-feira (28) que havia decidido deixar a liderança por não ter “a menor vocação para marionete” do governo.
Ao anunciar a saída, Renan fez duras críticas a Michel Temer e afirmou que não “tolera” a postura “covarde” do presidente diante do “desmonte” das leis trabalhistas.
Por se tratar do partido de Michel Temer, os peemedebistas passaram a buscar nos últimos dias um perfil que tivesse bom relacionamento com o presidente e que apoiasse as reformas trabalhista e da Previdência Social.
Impeachment de Dilma
No ano passado, Raimundo Lira presidiu a comissão especial do Senado que analisou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
À época, o senador afirmou que o momento político que o país vivia era “histório, de importância ímpar”. Quando o impeachment foi votado no plenário, Raimundo Lira votou a favor da cassação do mandato de Dilma.
Divergências
Após ter sido escolhido novo líder da bancada, Raimundo Lira disse que vai buscar representar a vontade da maioria dos integrantes da legenda, respeitando as posições divergentes.
“A minha responsabilidade ficou muito grande. O PMDB é o partido da redemocratização, da resistência e, portanto, um partido plural. Nós temos a convicção de que não vamos liderar uma bancada de pensamento único. São 22 senadores, cada um com um pensamento. Nosso objetivo é harmonizar a bancada”, declarou.
Para Lira, a reforma trabalhista já é uma “questão resolvida” no Senado e o tema está “bem encaminhado”.
O novo líder peemedebista disse, na sequência, que os embates que Renan travou com o Palácio do Planalto estão “superados”.
Senadores repercutem
Renan, após a reunião da bancada, elogiou a escolha da bancada. “Acho que [Raimundo Lira] é um nome que sistematiza a variedade de correntes do PMDB”, disse Renan.
Romero Jucá, em seguida, ressaltou que todos os presentes à reunião desta terça escolheram Raimundo Lira para a função de líder. “Lira é um político de larga visão, empresário experimentado e tem condições de liderar a bancada. Renan é uma peça importante e vai contribuir com o país e com a bancada”.
Função de líder
A liderança do PMDB é uma das funções mais disputadas na Casa, isso porque o partido forma a maior bancada (22 integrantes) e é a principal legenda da base de sustentação do governo Michel Temer.
O líder da legenda tem a tarefa de defender os interesses do partido na Casa, garantir votos e presenças em sessões no plenário. Além disso, o líder deve reunir a bancada periodicamente para fortalecer a unidade do partido. Cabe a quem ocupa o posto também indicar nomes da legenda para comissões.
É o líder do partido o responsável por orientar o voto dos demais senadores da bancada e, no plenário, o líder, por muitas vezes, fala em nome do partido.
Os atuais presidentes das comissões de Constituição e Justiça, Edison Lobão (PMDB-MA), e de Assuntos Sociais, Marta Suplicy (PMDB-SP), por exemplo, foram indicados pelo líder do partido.
O presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), embora eleito pelos integrantes do colegiado, foi indicado para o conselho também pela liderança do partido.
O líder do PMDB no Senado tem direito a uma equipe robusta de servidores comissionados. O próximo líder terá à disposição cerca de 30 funcionários para assessorá-lo na condução da bancada.
G1