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Audiência pública discute revitalização do algodão em São José de Piranhas; confira os incentivos

Audiência Pública dá o pontapé inicial aos incentivos à cotonicultura no município.

A Câmara Municipal de São José de Piranhas realizou, na noite dessa sexta-feira (23), uma importante audiência pública para discutir a revitalização da ‘cotonicultura’, ou seja, a volta do plantio do algodão no município depois de 30 anos. O debate foi solicitado pelo vereador Celso Gonçalves (PCdoB), que busca mais incentivos para os produtores de algodão e falou sobre a viabilidade da cultura.

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Com a presença de representantes de instituições que incentivam o plantio do algodão no Sertão da Paraíba, entre eles o gerente do “Projeto Ouro Branco”, o vereador autor do requerimento na Câmara iniciou destacando a importância do debate e ressaltando que a intenção da audiência é justamente defender a bandeira da agricultura e discutir medidas que possam fazer com que São José de Piranhas volte a ter algodão para garantir fonte de renda para os agricultores do município.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São José de Piranhas, Damião Gomes, falou da importância da cotonicultura e lamentou o fato de o agricultor piranhense e da região estar migrando para trabalhar em São Paulo (corte de cana) ou no Maranhão (furadinha) por falta de ocupação no campo para obter renda, como é o algodão.

O gerente do “Projeto Ouro Branco” em Sousa, Rominho Dantas, também conhecido como Galego do Algodão, fez uma explanação sobre as técnicas modernas utilizadas para produzir o algodão, assim como o acompanhamento e incentivo dado pela instituição aos agricultores interessados. Ele ressaltou novas formas de combater pragas resistentes, como lagartas e o bicudo, além do melhoramento da produção com a semente do algodão transgênico, capaz de produzir três ou quatro vezes mais do que o tradicional. Além de todo esse incentivo, o “Projeto Ouro Branco” fornece a semente e também compra toda a produção. “Esse algodão produz de 280 a 450 arrobas de 15 kg por cada hectare plantada”, disse Rominho. Uma arroba do produto custa, em média, R$ 26,00.

Na ocasião, o coordenador regional da Emater-PB, Edilson Pereira, falou sobre o algodão Paraíba (algodão colorido), que produz em menor escala em comparação ao transgênico, porém, é vendido mais caro, hoje por R$ 2,40 cada quilo do produto.

O secretário municipal de agricultura, Antônio de Haroldo, destacou o incentivo dado pela Prefeitura ao produtor rural, como o corte de terras para o plantio no tempo certo.

PROJETO OURO BRANCO

O projeto nasceu a partir de um sonho do Empresário Thiago Guedes, da indústria Laticínios Belo Vale, que sonhava com um projeto para a cultura do algodão na região. Hoje é referência no Sertão paraibano e em estados vizinhos, a exemplo do Ceará.

O objetivo geral do projeto é fomentar o cultivo do algodão a fim de promover o desenvolvimento da região. E com isso gerar renda para os pequenos produtores; produzir pluma para abastecer a indústria têxtil da região, produzir caroços para abastecer as usinas de tortas e óleos, gerar empregos.

Participaram da audiência pública: o gerente do “Projeto do Ouro Branco”, Rominho Dantas; o engenheiro agrônomo do projeto, Afonso Júnior; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São José de Piranhas, Damião Gomes; o presidente do Sindicato Rural de Cajazeiras, Rildo Soares; o coordenador regional da Emater-PB, Edilson Pereira; o secretário de Agricultura do município, Antônio de Haroldo, que também representou o prefeito Chico Mendes; o presidente da Câmara Municipal, Judivan de Lima, os vereadores, além de outras personalidades e pessoas interessadas no plantio do algodão.

Ao final da audiência pública foram feitos os encaminhamentos. Depois, serão realizadas reuniões com associações comunitárias e agricultores para detalhar sobre técnicas, manejo e incentivo para que o algodão volte a ser o ouro branco da região.

Por Dida Gonçalves
Radar Sertanejo

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