Na busca de inserir jovens e adultos mais qualificados no mercado de trabalho, SESI e SENAI têm investido cada vez mais na capacitação da população paraibana. Em 2018, as duas instituições formaram 35.943 pessoas em diferentes níveis educacionais, que vão desde educação continuada, como palestras e seminários, até ensino profissionalizante.
Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), no ano passado, foram quase 18 mil matrículas em 59 cursos de educação continuada nas áreas de educação, saúde, ética socioempresarial e promoção da saúde.
No programa de Educação Básica do SESI com Educação Profissional do SENAI (EBEP) foram 717 matrículas distribuídas na Paraíba. Em todas as modalidades apresentadas pelo SENAI, mais de 17 mil pessoas foram capacitadas.
Um dos exemplos de sucesso na Paraíba é o de Francisco José Pereira de Andrade, de 19 anos. Morador de João Pessoa (PB), Francisco entrou no SESI em 2014 para fazer o ensino médio. Após indicação de professores, ele foi convidado apara completar a equipe de robótica, onde continua até os dias de hoje como instrutor.
Com o projeto de um jogo didático sobre separação de lixo desenvolvido para autistas, ele e a equipe venceram, em 2015, a disputa regional e ficaram em segundo lugar na competição nacional.
“A princípio, estudar dois horários com curso integral e curso técnico, parece assustador. No início é muito cansativo, mas é totalmente recompensador porque o SESI abre portas, então é muito gratificante”, explica ele.
Corte de verbas
Apesar do histórico de sucesso na Paraíba, a entrada do novo governo pode significar corte de verbas nas entidades do chamado sistema S – que inclui SESI e SENAI. A justificativa do governo federal é de que as organizações devem se ajustar aos cortes na economia brasileira. Por isso, o governo já sinalizou uma redução no investimento que pode variar entre 30% e 50%.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), Francisco de Assis Gadelha, lembra que os serviços oferecidos pelo SESI e SENAI suprem as demandas da indústria.“Então os serviços técnicos e tecnológicos e também a formação profissional, sem dúvida alguma, são os dois ícones do SENAI. E a saúde e segurança do trabalho e a educação de ensino médio, esses nós fazemos sobre tudo com o SESI. Então nós suprimos as necessidades dessas indústrias”, explica Gadelha.
Ele ressalta, ainda, que a redução no investimento pode resultar no fechamento de escolas do SESI e SENAI. “É um desastre para o nosso estado porque evidentemente vamos ter que fechar várias escolas. Aqui nós trabalhamos realmente aplicando e investindo os recursos. Nós não temos sobras de recursos. Nós temos sobras pequenas apenas para suprir eventuais necessidades emergências”, lamenta ele.
