Maio chegou e veio acompanhado da cor roxa para alertar a sociedade sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII’s). Ainda que pouco conhecidas, elas afetam a qualidade de vida e interferem também na convivência familiar e social.
Para reforçar a atenção ao tema, foi criada uma campanha idealizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), para conscientizar sobre o problema que pode ser diagnosticado em qualquer idade.
A retocolite ulcerativa (RCU) e a doença de Crohn (DC) são as principais enfermidades do intestino. Apesar de não terem cura, o tratamento adequado pode impactar positivamente na qualidade de vida dos pacientes, diminuindo o índice de complicações. Além do intestino, as inflamações também podem afetar outros órgãos, causando problemas oculares, articulares, de pele, aftas orais, de vias biliares e fígado.
A massoterapeuta Mara Munhoz descobriu uma doença inflamatória intestinal em 1990 e fez uso da alopatia (tratamento com uso de medicamentos), passando para a medicina alternativa como forma de tratamento. “Lembro que precisava importar um remédio dos Estados Unidos. Como era muito trabalhoso, acabei indo atrás de outras alternativas, como acupuntura, fitoterapia, homeopatia e massagem”, conta. E foi durante o tratamento que ela se entendeu a importância das terapias alternativas. “Vi o quanto são importantes estes profissionais e também busquei me qualificar. Hoje, sou estudante de um curso de terapias integrativas e complementares e também proprietária de uma escola de massoterapia”.
Segundo a coordenadora dos cursos de bem-estar da Educação a Distância da Unicesumar, Lilian Rosana dos Santos Moraes, a busca por tratamentos alternativos aumenta quando os remédios tradicionais falham no socorro ao intestino. “As terapias integrativas são uma alternativa para aliviar alguns sintomas da DII, propondo um olhar cuidadoso e personalizado, fundamental para o tratamento desses pacientes”, explica, reforçando que é sempre importante conversar com o especialista e, se necessário, associar medicações ao tratamento.
Hábitos e uma alimentação saudável também ajudam no tratamento. “Reduzir a quantidade de gordura ingerida, refeições balanceadas e frequentes, comer devagar, ingerir bastante liquido no intervalo das refeições e optar por alimentos cozidos são boas alternativas”, lembra Lilian.
Vale lembrar que o maio roxo é dedicado ao cuidado e a atenção aos sinais que o corpo dá é um dos pontos cruciais. Perda de peso, dores abdominais, sangramento, febre, dores abdominais, anemias são comuns no caso da retocolite ulcerativa. Acreditava-se até pouco tempo que a alimentação era um dos fatores determinantes para as doenças inflamatórias intestinais. Contudo, pesquisas recentes apontam que um distúrbio do sistema imunológico pode ser uma das principais causas da doença. Ou seja, uma resposta imunológica anormal faz com que o sistema ataque as células do próprio organismo – caso as células da mucosa do cólon e do reto, no caso da RCU.
Já no caso da doença de Crohn, ela acomete a parte inferior do intestino delgado e grosso, sendo provocada pela desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. A doença de Crohn inicia-se mais frequentemente na segunda e terceira décadas de vida, mas pode afetar qualquer faixa etária.