Bandeira Laranja volta a predominar nos municípios paraibanos na 25ª avaliação do Plano Novo Normal
A Secretaria de Estado da Saúde publicou, neste sábado (15), mais uma avaliação do Plano Novo Normal que passa a vigorar nos 223 municípios a partir da segunda-feira (17). Na 25ª avaliação, 100% dos municípios paraibanos encontram-se em bandeira vermelha, bandeira laranja e bandeira amarela, com expressivo crescimento de municípios em bandeira laranja e o ressurgimento de municípios em bandeira vermelha.
A análise da 25ª avaliação marca uma importante transição de bandeiras delimitada, em especial, pela nova tendência de crescimento da média móvel da taxa de transmissibilidade (R efetivo) do novo coronavírus e das taxas de ocupação hospitalar dos leitos de terapia intensiva de adultos com especial destaque para a 2ª (complexo agreste-borborema) e 3ª (sertão e alto sertão) macrorregiões de saúde do estado.
Na nota técnica disponível em https://paraiba.pb.gov.br/diretas/saude/coronavirus/novonormalpb, a SES atribui o avanço da pandemia ao abandono das medidas individuais protetivas como o uso de máscara e distanciamento social, que resultam em uma maior circulação do vírus e, consequentemente, a demanda por internações hospitalares. A semana compreendida entre 3 e 8 de maio apresentou um número médio de 69 internações ao dia em todo estado, enquanto na semana entre 10 e 15 de maio pode-se observar um substancial crescimento desta média diária de internações, que alcançou 79 novas internações diárias em média. Para o secretário executivo da Saúde, Daniel Beltrammi, “os esforços para que se contenham as evoluções da situação pandêmica para pior devem ser mantidos e dependem da decisão de cada uma das pessoas em seguir protegendo suas vidas por meio dos métodos e comportamentos reconhecidamente efetivos para conter a disseminação do novo coronavírus”.
Desde o início do mês de janeiro até o final do mês de março, foi possível observar expressivos aumentos das ocupações dos leitos hospitalares dedicados à Covid-19, em especial dos leitos de terapia intensiva dedicados a pacientes adultos. Beltrammi analisa que, em função da robusta ativação de leitos dedicados à Covid-19 – são 398 leitos estaduais ativados só em 2021, sendo alcançados 1.234 leitos ativos para os cuidados à Covid-19 na Paraíba – na primeira quinzena de abril, “foi possível observar uma interrupção no crescimento das ocupações dos leitos de terapia intensiva de adultos em todo estado, constatando-se redução estável no que concerne à 1ª macrorregião de saúde e quebra das tendências de crescimento das taxas de ocupação destes leitos na 2ª e 3ª macrorregiões de saúde, com tendência de redução podendo ser observada em ambas. Contudo, as duas primeiras semanas de maio marcaram uma nova quebra desta tendência de redução das ocupações hospitalares na 1ª, 2ª e 3ª macrorregiões, com nova aceleração destas ocupações que vieram acompanhadas também de variação para mais da taxa estadual de transmissibilidade do novo coronavírus, de 0,98 para 1,01”, concluiu.
O contexto apresentado é bastante preocupante, posto que a elevada circulação das variantes P1 e P2 na Paraíba, que por sua vez caracterizam-se por encurtar o intervalo de tempo entre o início da infecção e seus agravamentos, permite agregar relevância estratégica ao número médio de novas internações ao dia e seu reflexo nas ocupações de leitos nos centros de referência para Covid-19 em todo estado.
Atualmente a Paraíba dispõe de 1.234 leitos ativos para os cuidados à Covid-19 nos 20 centros de referência do Sistema Único de Saúde no estado. São 549 leitos de terapia intensiva e 685 leitos de enfermaria/UDC. O secretário afirma ainda que é “sempre importante ressaltar que nenhum leito hospitalar novo substitui em importância as medidas de proteção à vida. Os profissionais de saúde estão exaustos, uma vez que atuam na linha de frente há mais de 14 meses, e demandam que possamos fazer este gesto de coragem e amor, que é proteger a própria vida e a de todos ao mesmo tempo”.
A pandemia da Covid-19 tem apresentado um comportamento cíclico, alternando fases de estabilidade e piora de forma cada vez mais rápida. Períodos de estabilidade acabam por ser cada vez mais curtos sendo sucedidos por momentos de piora rápida, que duram cerca de 45 a 60 dias, implicando em cada vez mais casos novos, internações hospitalares e vidas perdidas em intervalos de tempo cada vez menores.Beltammi alerta então que “não é tempo para aglomerações em festas, celebrações, almoços e jantares, mesmo que ao ar livre. Os riscos de contágio pela Covid-19 seguem elevados em toda Paraíba”.