Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda proibição de festas de Réveillon e Carnaval na Paraíba
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste divulgou um boletim, nesta sexta-feira (3), recomendando a proibição de festas de réveillon e do Carnaval na Paraíba e nos outros 8 estados da região por conta da nova variante da Covid, a ômicron.
O documento demonstra uma preocupação com surgimento de novas variantes. A partir dos índices de vacinação completa da população do Brasil, o boletim aponta recomendações aos governadores e gestores municipais da região diante dos cenário nacional e global.
No caso da Paraíba, o documento diz que as previsões para novos casos e novas mortes continuam, apontando uma evidência de estabilidade para os próximos 30 dias, mas que apesar dos dados animadores acerca da redução de casos e da vacinação, ainda não há segurança sanitária para realização de eventos com grande quantidade de público devido aos riscos de disseminação da Covid e a possibilidade do surgimento de novas cepas da doença.
O documento aponta que o risco epidêmico permanece alto e a interiorização de casos no Sertão, e por esta razão o risco de uma nova onda de casos ocorrer no Estado não deve ser descartado.
Indicações do Comitê
Entre as indicações, estão o cancelamento das festividades de final do ano e do Carnaval, que possam gerar aglomerações. Para a entidade, essas festas intensificariam a transmissão do coronavírus e resultariam em nova onda da pandemia.
Além disso, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste pede que os governantes da região intensifiquem a vacinação para alcançar, o mais rápido possível, uma maior parcela da população com vacinação completa.
O comitê ainda recomenda uma busca ativa das pessoas que ainda não receberam a segunda dose. Para isso, o comitê faz sugestões como o uso dos agentes comunitários e ampliação dos locais de vacinação nas cidades em locais de grande circulação de pessoas.
Vacinação nas escolas
O comitê ainda recomenda a aplicação da vacina nas escolas, para atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nos adolescentes. E sugere ainda o uso de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o “carro do ovo” nas cidades, em que se utiliza serviço de som, como já é feito em alguns locais do país.
Outras recomendação são a manutenção do uso obrigatório de máscaras faciais e outras medidas de proteção individual e coletiva, como a exigência do passaporte de vacina para entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, e estabelecimentos do gênero, além do capital político de governadores e outros atores políticos para estimular a solidariedade internacional a desenvolver mecanismos que ampliem a vacinação globalmente, em especial nos países africanos;
E por fim, a sexta recomendação é de identificar todas as possíveis barreiras que dificultam a expansão da cobertura vacinal na população com a implementação de mecanismos para superá-las.
Além das recomendações, o documento divulgado nesta sexta detalha a situação da pandemia nos Estados do Nordeste. O detalhamento por estados leva em consideração a situação atual e projeções numéricas avaliadas em 26 de novembro. Confira o detalhamento nos outros estados do Nordeste:
ALAGOAS
De acordo com o comitê, Alagoas apresenta indicadores de risco pandêmico e epidêmico de moderado a baixo. No entanto, o documento destaca que a ocupação de UTIs é de 20% e com estabilização da demanda de quantidade de leitos total e cobertura vacinal em 51,4% com 2a dose (49,5 MS). Diante disso, o comitê diz que ainda não existe segurança sanitária para atividades presenciais sem protocolos de distanciamento, proteção e testagem, principalmente, em grandes aglomerações como as de final de ano e Carnaval.
BAHIA
O documento destaca que o número de novos casos na Bahia está em um patamar elevado, em torno de 500 por dia. E ressalta que o número de óbitos diários (média de 10) supera os números de meados de outubro, quando estava em torno de 6, o que indica que a transmissão comunitária da pandemia ainda está presente. Desta forma, o comitê aponta grande preocupação para o possível impacto da realização das festas de final de ano e, a mais longo prazo, do carnaval.
CEARÁ
O comitê aponta que o Ceará apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E também afirma que não existe segurança sanitária para quaisquer atividades presenciais sem o rígido controle de protocolos de distanciamento, proteção sanitária, o que é muito difícil em situações de aglomerações.
MARANHÃO
Para o Maranhão, o comitê aponta que a situação no estado é de baixo risco epidêmico. Porém aponta que a Secretária de Saúde recomenda a não realização de carnaval em São Luís.
PARAÍBA
No caso da Paraíba, o documento diz que as previsões para novos casos e novas mortes continuam apontando evidência de estabilidade para os próximos 30 dias, mas que apesar dos dados animadores acerca da redução de casos e da vacinação, ainda não há segurança sanitária para realização de eventos com grande quantidade de público devido aos riscos de disseminação da Covid-19 e possibilidade da ocorrência de novas variantes. O documento aponta que o risco epidêmico permanece alto e a interiorização de casos continua, e por esta razão o risco de uma nova onda de casos ocorrer no Estado não deve ser descartado.
PERNAMBUCO
Pernambuco apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico de moderado a alto. Com isso, o comitê diz que ainda não existem argumentos com base científica para quaisquer atividades presenciais que gerem aglomerações que invariavelmente violam os protocolos de segurança sanitária.
PIAUÍ
O Piauí apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E segundo o documento divulgado pelo comitê, no momento, não se tem segurança sanitária para liberações de atividades presenciais como festas de final de ano e carnaval. A taxa de infecção do Piauí está em 86/100.000 habitantes.
RIO GRANDE DO NORTE
O Rio Grande no Norte apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E assim como a maioria dos estados da região, ainda não apresenta segurança sanitária para quaisquer atividades presenciais como festas de final de ano e Carnaval possam ocorrer sem o perigo de uma nova onda ou novas variantes do Sars-cov-2.
SERGIPE
De acordo com o comitê, a intensidade da pandemia em Sergipe vem se mantendo em níveis bastante baixos desde meados do mês de outubro, mas apesar disto, o documento aponta que há a preocupação para o possível impacto da realização das festas de final de ano e, a mais longo prazo, do carnaval. A decisão quanto à realização de eventos públicos no ano novo bem como a do carnaval ainda não foi anunciada.