O forró tradicional recebeu nesta segunda-feira (13) o título de patrimônio imaterial do Brasil. O ato simbólico ocorreu durante o 4º Encontro de Forró de Raiz e o 3º Fórum do Forró de Raiz, que são realizados com o apoio do Governo do Estado, no Espaço Cultural e na Usina Energisa, até a próxima sexta-feira (17).
O secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti, que representou o Governo Estadual na solenidade, abriu os eventos, saudou os participantes e se referiu a eles como um momento histórico para a cultura nacional, o que, segundo ele, coloca a Paraíba numa posição privilegiada por ter liderado o país nessa conquista.
“Quero destacar a luta de uma pessoa simples, mas efetiva em todo esse processo, a Dona Joana Alves. A ela devemos muito por esse atual reconhecimento do forró. E precisamos manter a organização para que essa valorização não pare”.
Tanto o Fórum quanto o Encontro de Forrozeiros são realizados em conjunto e foram criados também na Paraíba. Os dois eventos mesclam programações artísticas, oficinas, debates e audiências públicas em torno do tema principal que é o forró e sua cadeia produtiva.
Os eventos são organizados e realizados pela ONG Balaio Nordeste, coordenada pela ativista e produtora cultural Joana Alves, que lidera há uma década a mobilização nacional para dar ao forró o título de patrimônio imaterial nacional.
Patrimônio Mundial – Logo no início da fala, a coordenadora do Fórum Nacional de Forró de Raiz, Joana Alves, surpreendeu os presentes entregando ao representante estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Emanuel Braga, o pedido para que seja enviada à Unesco a inscrição do forró brasileiro no livro do Patrimônio Mundial. “Esse será mais um capítulo dessa luta”, disse, sob aplausos.
“Precisamos de mais união da categoria e carecemos de uma casa de forró em cada uma das nossas cidades”, disse Joana Alves, abrindo seu discurso defendendo ações concretas para a salvaguarda do forró: “O título de patrimônio nós oficializamos, porque todos nós já tínhamos o forró como patrimônio. Mas é preciso que isso não se transforme em um quadro na parede. Vamos desenvolver projetos e fixar políticas públicas que garantam a permanência dessas matrizes e estabeleçam proteção aos trabalhadores da ampla cadeia produtiva em torno do ritmo”, completou Joana.
Gente de todo o país – Os eventos trouxeram a João Pessoa pesquisadores, produtores de cultura, empresários do entretenimento baseado no forró raiz, gestores públicos e artistas forrozeiros.
Entre eles o cantor e compositor Del Feliz, Anastácia (a Rainha do forró), Fabrício Noronha (secretário de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum dos secretários de Cultura do Brasil), Marcos Alves (presidente da Fundação Cultural de João Pessoa – Funjope), os coordenadores estaduais do Fórum de Forró de Raiz e suas delegações.
Até a sexta-feira (17), no Espaço Cultural e na Usina Energisa, a programação artística e debates serão realizados pela manhã, à tarde e à noite.
Audiência pública – Depois da abertura dos eventos, foi realizada audiência pública da Assembleia Legislativa do Estado, presidida pelo deputado Anísio Maia, em que foram ouvidos coordenadores de fóruns estaduais, gestores e atividades sobre suas propostas para a salvaguarda do forró.
À tarde, foi distribuída a cartilha ‘O que é forró’ (de Ivan Dias e Sandrinho Dupan), que o Fórum Nacional do Forró defende que chegue às escolas das redes públicas e privadas de cada Estado.