Gol de placa: João acaba com programa e abre rombo de quase R$ 13 milhões no caixa dos clubes de futebol da Paraíba
O cálculo é bem simples: o governador João Azevêdo extinguiu o Gol de Placa e, com isso, o prejuízo dos clubes de futebol paraibanos que seriam beneficiados com o programa chega a R$ 12.883 milhões, nos quase 4 anos da gestão atual. Desde 2019, ou seja, desde que João assumiu o governo, os times não receberam mais nenhum centavo de incentivo.
Em 2019, a previsão era de que os 10 clubes incluídos no Gol de Placa recebessem R$ 3.979 milhões ao todo. Já em 2020 essa estimativa caiu para R$ 2.968 milhões. Mas, nada foi pago e, nos últimos dois anos, 2021 e 2022, nem mesmo promessa de liberação dos recursos foi feita, deixando as equipes à beira da falência, algumas em falência total.
Cleodon Bezerra, ex-presidente do Nacional de Patos, explicou em detalhes a situação e revelou que somente o time patoense deveria ter recebido, em 4 anos, mais de um milhão de reais. “É de se ressaltar que a gente não recebeu 2019, 2020, 2021 e 2022. É na faixa de R$ 230 mil a cada ano não pago. É um valor bem considerável, para um time como o Nacional que deveria estar com suas finanças corretas, mas infelizmente, em razão dessa falta de respeito do Governo do Estado, envolveu as equipes em uma situação complicada”, ressaltou.
Para tentar omitir a extinção do Gol de Placa e a quebradeira que a administração estadual promoveu nos clubes de futebol, João Azevêdo chegou a anunciar um projeto idêntico com um novo nome, o Paraíba Esporte Total. Mas, nem assim as equipes receberam recursos.
A promessa era, ainda em 2020, que os clubes maiores, campeões, receberiam mais. O Botafogo, por exemplo, deveria ter recebido alo menos R$ 923 mil por ano desde 2020. O Campinense receberia, com o novo formato do programa, cerca de R$ 467 mil, e o Treze, R$ 368 mil. Já o Atlético de Cajazeiras teria em seus cofres, por ano, R$ 238 mil.
Os demais clubes, considerados menores, a expectativa era de ver entrar no caixa, por meio do programa do governo estadual, R$ 167 mil. Estavam nesta lista CSP, Nacional de Patos, Perilima, São Paulo Crystal, Sousa e Sport.
Nenhum deles recebeu sequer um centavo e sofrem depois de terem parado por dois anos por conta da pandemia e teria apenas os olhos do governo para se voltar para eles.
Para Eduardo Jorge, ex-presidente do Atlético de Cajazeiras, revelou que o prejuízo é incalculável e que muitos clubes estão quebrados por conta da inadimplência do Governo do Estado. “O Gol de Placa representa 80% e, para alguns clubes, 100% do seu faturamento anual. Não é a toa que muitos clubes, como o Nacional de Patos, o Atlético de Cajazeiras, caíram para a segunda divisão. Muitos clubes quebraram graças ao corte do Gol de Placa”, desabafou.
Fonte: Fonte 83