Para tentar driblar isolamento no Senado, Sérgio Moro procurou Efraim Filho, diz imprensa nacional
O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), que foi eleito senador pelo Paraná com 1.953.188 votos (33,50%), deve enfrentar sérias dificuldades para encontrar apoio de outros eleitos durante o seu mandato eleitoral no Senado.
Ciente do fato, Moro se reuniu com o senador eleito pela Paraíba, Efraim Filho (União Brasil), para tentar driblar a própria situação de isolamento. A informação foi divulgada pelo Estadão.
Ainda no mês de março de 2022, o nome de Efraim chegou a ser cogitado como possível vice de Moro quando o ex-juiz tentou se lançar como pré-candidato à Presidência da República, mas, o próprio paraibano, que já estava certo de disputar o Senado, chegou a assinar um texto, ao lado de outros integrantes da legenda, dizendo que o ingresso de Sérgio Moro no União Brasil não poderia ser dar na condição de pré-candidato à Presidência.
“Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido“, dizia um dos trechos do texto.
De acordo com as informações atuais, para tentar driblar a dificuldade de apoio no Senado, Moro também chegou a se reunir com Soraya Thronicke, outra integrante do seu partido que foi eleita senadora pelo Mato Grosso do Sul.
Sérgio Moro já estaria enfrentando dificuldades por parte, por exemplo, de parlamentares críticos à Operação Lava Jato que desejam impedir o ex-juiz de ocupar espaços estratégicos em comissões e relatorias.
O mal estar em torno da presença do ex-juiz alcança até mesmo o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, guarda mágoa por não ter sido comunicado por ele, de antemão, que o ex-ministro atuaria como conselheiro do presidente e então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) durante o segundo turno da campanha.
Para tentar reverter a situação complicadíssima na qual se encontra, Moro, desde a semana passada, começou a procurar possíveis aliados, inclusive, o líder do Governo, Carlos Portinho (PL-RJ), para tratar de um bloco de oposição a Lula.
No dito encontro, Portinho chegou a sugerir que Moro dispute a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. No entanto, seguir a dica o colocaria em rota de colisão com Davi Alcolumbre que também é do União Brasil e atual presidente do colegiado.
Ainda de acordo com a mesma matéria, em seu giro pelo Congresso, Moro também teria procurado membros do Podemos, seu antigo partido. A informação levantou o boato de que Moro tentaria voltar para a legenda, o que ele nega. Nomes como Jorge Kajuru (GO) ameaçaram até se desfiliar, caso o ex-juiz retornasse efetivamente.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) minimiza o desgaste, que classifica como um “resquício da disputa eleitoral”, e diz que a reaproximação entre Moro e o Podemos é questão de tempo porque há convergência de ideias. Ele pondera que não pode falar pelo partido como um todo.
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