Transposição do Rio São Francisco possibilita criação de camarão em Monteiro na Paraíba
As águas da transposição do Rio São Francisco chegaram ao município de Monteiro trazendo novas possibilidades econômicas para a região do Cariri. Uma delas é a criação de camarão em cativeiros. A atividade só era viável nas regiões do litoral, brejo do estado, e Vale do Rio Paraíba.
Na Paraíba, existem 33 pequenos negócios com CNPJ voltados ao segmento da criação de camarão, sendo 22 em água doce e 11 em água salgada. Entretanto, a maior parte dos produtores são registrados como DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). Dessa forma, a Associação dos Carcinicultores da Paraíba contabiliza cerca de 500 produtores associados.
De acordo com o Sebrae em Monteiro e a Associação dos Carcinicultores da Paraíba, por causa das condições físico-químicas das águas do Rio Paraíba, que se tornou perene na região por causa da transposição, a criação de camarões em cativeiros agora é possível não apenas no Cariri, mas também no Sertão do estado. “O cultivo de camarões marinhos em águas interiores é um sistema bastante viável na Paraíba. As condições ambientais são muito favoráveis”, explicou o consultor André Jansen.
Isso porque, de acordo com diversas pesquisas, as águas de poços localizados no semiárido nordestino possuem elevados níveis de sais, tornando-as impróprias para o consumo humano se não passarem pelo processo de dessalinização. “A carcinicultura se torna a única cultura capaz de suportar as águas salinizadas do Rio Paraíba e de poços amazonas e artesianos que não seriam utilizadas em outras culturas, podendo produzir um produto nobre e de alto valor remunerado nesta região”, frisou Jansen.
Os camarões utilizados para os viveiros em Monteiro são de um laboratório de pós-larva do litoral do Rio Grande do Norte.
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