Um incidente de trabalho ocorrido recentemente, no lote 7 da Transposição do Rio São Francisco, localizado em São José de Piranhas, no Alto Sertão da Paraíba, quase provoca uma tragédia. O susto ocorreu durante a detonação de explosivos usados na escavação do túnel Cuncas I, o maior da América Latina com 15,4 quilômetros de extensão.
A cada detonação é usada quase meia tonelada de dinamite. Quando o explosivo é acionado existe um pequeno tempo programado para que os trabalhadores possam entrar em um carro e empreender fuga, imediatamente, até sair do túnel para evitar acidentes. Isso por que é evacuada uma forte nuvem de poeira com pedras junto com uma corrente de ar muito forte que abala as estruturas internas das paredes do túnel.
Durante uma dessas explosões, que ocorre normalmente a cada 12 horas e arranca a quantidade de pedras suficiente para encher 40 caminhões, os encarregados acionaram a dinamite, entraram no caminhão e aceleraram. Poucos metros depois, uma pedra furou o tanque de combustível, derramou o óleo diesel e o veículo estancou faltando poucos segundos para acontecer a explosão.
Aflitos, os homens abandonaram o caminhão, tiram as botas dos pés e correram descalços pisando na brita espalhada pelo solo. Um deles cansou no meio do caminho e deitou-se no chão. “Podem correr e me deixem”, disse ele aos demais companheiros. Mesmo cansados dois deles pegaram o homem pelos braços e conseguiram chegar fora do túnel a tempo.
Assustado, o motorista do caminhão afirmou que passou o maior sufoco da vida dele e disse que por um triz pode contar a história sã e salvo depois do incidente.