Terminou às 19h45 desta quarta-feira o depoimento de Lindemberg Alves Fernandes. O rapaz é acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel após mantê-la em cárcere privado por mais de cem horas, em outubro de 2008.
O julgamento foi interrompido e voltará amanhã às 9h com debates. Depois disso, será a sentença do réu.
Durante as perguntas da acusação, Lindemberg foi questionado sobre a veracidade de sua versão da história. Ao que respondeu: "Eu estou pagando pelo que fiz. Vários advogados me procuraram dizendo que tinham artifícios para eu negar a autoria e eu nunca fiz isso. Estou com a consciência tranquila de que estou falando a verdade."
O réu também respondeu rapidamente a questões da defesa, que perguntou sobre como era o clima dentro do apartamento com Eloá e a amiga dela Nayara Rodrigues. Ele afirmou que eles ouviam música, conversavam bastante e Eloá chegou fazer um pavê.
"Dá ate vergonha de falar isso, mas às vezes a impressão é de que não passava de uma brincadeira", disse.
Já a acusação tentou mostrar o oposto através de suas perguntas que o clima era de tensão, ele era violento e que as pessoas não saíam do apartamento por medo.
Ele também reafirmou que não tinha intenção de matar Eloá ou Nayara e disse que não teve, nem tentou ter relações sexuais com as jovens durante o cárcere.
Sobre sua rotina no presídio de Tremembé, o réu disse que faz exercícios físicos, trabalha e estuda a Bíblia. Também afirmou que na prisão aprendeu a "respeitar qualquer ser humano".
Nos momentos finais Lindemberg disse que ainda ama Eloá.
O réu responde por 12 crimes. Além do homicídio contra Eloá, ele é acusado por tentativa de homicídio (contra Nayara amiga de Eloá e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado (contra Eloá, contra os dois amigos dela e duas vezes contra Nayara, por ter retornado ao cativeiro) e por disparos de arma de fogo. Este é o terceiro dia de seu julgamento, que acontece em Santo André (Grande SP).
Folha de S. Paulo