A aposentada Amélia Nunes dos Santos comemora nesta quinta-feira a passagem dos 109 anos de idade se constituindo em uma das mulheres mais idosas no Ceará. Ela nasceu no Sitio Oitis na zona rural de Milagres, no dia 20 de setembro de 1903, mas, atualmente, reside no Distrito de Palestina em Mauriti. Quando o Padre Cícero morreu a mesma já contava com 31 anos de idade. Dona Amélia conheceu o sacerdote e lembra do chamado movimento sedicioso de 1914 que culminou com a deposição do governo Franco Rabelo após um conflito armado no Cariri e na capital.
O pai dela foi um dos enfrentantes da guerra que lutou contra as tropas militares do estado. Foi quando esteve em Juazeiro com apenas 11 anos, recebeu as bençãos de Padre Cícero e passou a visitar a cidade anualmente para onde seguia a pé desde Milagres. No ano de 1926, Dona Amélia era uma jovem de 23 anos e viu o bando de Lampião circular pelas ruas de Juazeiro. Ela é descendente de índios e aprendeu costumes e tradições culturais como uso de ervas medicinais, religiosidade e a culinária.
Conforme conselhos de Padre Cícero, o lar dos seus pais era um oratório e uma oficina quando aprendeu a rezar e trabalhar convivendo com os difíceis tempos de seca e epidemias. Eminentemente católica, sempre foi uma mulher calma e dedicada às tarefas domésticas. Ela soube granjear o amor e o respeito de toda a família, amigos e toda comunidade. Com Antônio Nunes, seu primeiro esposo, Dona Amélia teve cinco filhos: José, Maria, Nininha, Demar e Teixeira, ficando viúva.
Casou-se um ano depois com seu cunhado Jacó Nunes e teve mais uma filha chamada Benisa. Hoje, são 33 netos, 68 bisnetos e 10 tataranetos sem perder as características de uma mulher de fé e que costuma repassar seus bons ensinamentos aos que lhe rodeiam. A maioria destes parentes e dos amigos vai estar reunida na tarde de hoje para cantar parabéns numa homenagem a essa mulher centenária, mas de muita lucidez.
Portal Miseria
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