80 advogados foram assassinados em três anos e Apam defende porte de arma para categoria
Dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelam que 80 advogados foram assassinados de 2016 até agora, sendo a maioria das mortes motivadas por vingança. Com base nessa realidade, a Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam) defende o porte de arma para estes profissionais. A entidade vai participar da audiência pública realizada pela OAB-PB, nesta quarta-feira (18), para debater o Projeto de Lei 343/19, que versa sobre o porte de arma para a advocacia.
A audiência pública será realizada através do Conselho Estadual, Comissão de Direitos Humanos, Comissão de Criminologia e Estudos sobre Violência e Comissão de Políticas de Segurança Pública e Combate às Drogas.
“Somos favoráveis pelo princípio da simetria e com regras específicas. Ora, se o próprio ordenamento jurídico diz que não existe hierarquia entra promotor, juiz e advogado, porque os dois primeiros podem ter o porte e o advogado não?”, questionou o presidente da Apam, Marco Villar.
A audiência, que acontecerá no auditório da OAB-PB, a partir das 16h, tem como objetivo discutir o projeto de lei e elaborar um relatório que será encaminhado ao Conselho Pleno para apreciação e posterior envio ao Conselho Federal da OAB. Entre os debatedores estão os professores Gustavo Batista (UFPB) e Luciano Nascimento (UEPB); os conselheiros estaduais da OAB, Ítalo Oliveira e Gabriel Barbosa; o policial civil, Tarcísio Jardim; e o tenente coronel Pablo (PMPB).
Para o Conselheiro Estadual Leandro Carvalho, representante do Conselho Seccional na organização da audiência pública, “é muito importante ouvir os advogados sobre o porte de arma, porque é um assunto que atinge diretamente a advocacia e a sociedade em geral. “A OAB-PB, de forma democrática, só irá se posicionar após ouvir advocacia”, observou Leandro Carvalho.
Já a conselheira estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB, Leilane Soares, ressaltou que “é necessário discutir o porte de arma neste momento, sobretudo no tocante à concessão para a advocacia, não analisando o advogado apenas como cidadão que pode enfrentar o processo de autorização de porte de arma, independente de profissão, mas verificando a necessidade ou não desta concessão para o profissional, baseando-se nos possíveis riscos enfrentados no exercício da profissão”.