Cidades

Ex-vice-prefeito questiona ‘destino’ de urna funerária indígena encontrada em Serra Grande

Cerâmica contendo ossadas foi encontrada por populares (Foto: Divulgação)

O professor e ex-vice-prefeito do município de Serra Grande, no Sertão da Paraíba, Aluizio Abílio, encaminhou sua opinião ao Radar Sertanejo com relação à descoberta de materiais arqueológicos na área rural do município. Segundo ele, o utensílio de cerâmica contendo ossadas humanas, provavelmente de indígenas, poderia ficar na própria cidade ao invés de ser levada para museu em outra cidade como Campina Grande ou João Pessoa.

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A descoberta foi divulgada no dia 15 de agosto pela Secretaria de Cultura do município. Segundo informações, o material foi analisado por um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que confirmou se tratar de uma urna funerária indígena.

Leia a opinião de Aluizio Abílio

Gente, esta descoberta arqueológica ensejaria um projeto para a construção de um museu em Serra Grande, que certamente atrairia o turismo histórico, estudioso e pesquisadores para, assim, fortalecer o desenvolvimento do nosso município tão carente de recursos. Entregar estas urnas funerárias, um verdadeiro achado histórico sobre os nossos ancestrais, as nossas origens, e sem mais nem menos, é fruto de uma tremenda ignorância dos nossos governantes locais. Se tal descoberta acontecesse em Sousa ou Campina Grande, duvido que aquela preciosidade antropológica fosse oferecida de mão beijada, pelo contrário, a prefeitura de imediato arranjaria um prédio público ou alugaria uma casa para servir de museu, e os pesquisadores é que se deslocariam até a sede do município que teve a sorte e a rara oportunidade de ter os holofotes sobre si. É claro que isso seria uma chance de atrair curiosos e interessados dispostos a pagar ingressos, a gastar e a investir em nossa terra. Se Sousa soube transformar em história e grana simples pisadas de animais pré-históricos, imaginemos o valor que tem 2 corpos humanos conservados, transformados em múmias numa época e em uma localidade onde não havia se desenvolvido a medicina nem o formol que conhecemos hoje. Depois, quando os técnicos e arqueólogos (que não são neutros, nem filhos de Serra Grande) descobrirem o real valor histórico destes corpos humanos embalsamado, ainda que de forma rústica, estarão diante das duas peças mais valiosas do museu mais caro de João Pessoa, e pode acontecer que os serragrandenses terão de desenbolsar muito dinheiro com passagem e ingresso, se quiser visitar seus ancestrais. Pior, ainda, provavelmente, o nome de Serra Grande desaparecerá destes achados, ou será escrito com letras tão pequenas quanto o tamanho da consciência daqueles que, hoje, dizem governar esta sofrida cidade, fundada por Tomé Ferreira dos Santos.

Aluizio Abílio

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