FORTALEZA – Nove de abril de 2014. Pode guardar essa data, torcedor do Sport. Guardar com carinho, desde já com saudosismo. Junte a 1994 e a 2000. Está eternizado na história do clube: o Leão é tricampeão da Copa do Nordeste. E de um jeito inesquecível. Frente a um adversário que valorizou o peso da taça. Diante de uma Arena Castelão que esteve em ebulição na noite desta quarta-feira. A torcida do Ceará lotou o estádio, fez barulho e deu todo o brilho necessário, digno de decisão. Fanáticos que foram à loucura quando Magno Alves abriu o placar no fim do primeiro tempo. Mas que silenciaram quando Neto Baiano empatou no início da etapa seguinte. O gol (e tinha que ser o do artilheiro rubro-negro!) seria, sim, o do título.
Como vencera o jogo de ida por 2 a 0, o Ceará, então, precisaria fazer 4 a 1 para reverter o quadro. Tinha 40 minutos de jogo pela frente sob os gritos de “Eu acredito!” dos torcedores. Não daria. O Sport agigantou-se. A melhor defesa da competição fez valer jus à fama. Nada mais passaria pela muralha Magrão. O título era do Sport. Aos 26 minutos do segundo tempo, a torcida leonina timidamente já começada a gritar: “É campeão!”, logo em seguida lembrou-se: “Tricampeão!”, corrigiu-se para não mais parar de gritar.
Jogadores abraçam Neto Baiano e comemoram gol de empate no Castelão |
O estádio já esvaziado, foi o cenário para uma imagem memorável. Histórica por si só. Durval, seis anos após levantar a taça da Copa do Brasil, dessa vez levantando a taça de campeão da Copa do Nordeste. Diante de aproximadamente quatro mil guerreiros rubro-negros que foram a Fortaleza torcedr pelo Leão. Ao seu lado, Magrão. Juntos ambos se tornaram os únicos jogadores do Leão a conquistarem títulos estaduais, nacionais e agora um regional.
Nasce um técnico
Título que coroou a nascimento de um novo técnico para o Brasil: Eduardo Baptista. Afinal, foi ele que fez do mesmo time praticamente eliminado na primeira fase, o campeão. Até então preparador físico, o Leão renovou-se. Transformou-se, reinventou-se. O zagueiro Ewerton Páscoa virou zagueiro. O time todo cresceu nas mãos do treinador. Com a torcida a favor, o Leão bateu o Náutico (ainda na primeira fase), eliminou o CSA, o Santa Cruz e, por fim, o Ceará. Sempre decidindo no campo adversário. Foi campeão por merecimento. De quebra, o Sport ainda prêmio de R$ 1 milhão, mais vaga na Copa Sul-Americana.
O jogo
O Sport começou a partida exatamente como tinha orientado o técnico Eduardo Bastita, valorizando a posse da bola, trocando passes, deixando o tempo passar. Com a defesa bem postada em campo e utilizando-se do nervosismo do adversário, ainda dava as suas beliscadas ao ataque. Chegou perto do gol com Páscoa e Wendel. Parecia tudo sob controle. Perfeito demais. Fácil de mais. Não seria assim. Aos 41 minutos, Magno Alves fez explodir em alegria o Castelão. Era o que o Vozão precisava para fazer ferver ainda mais o caldeirão.
No segundo tempo, porém, o Sport praticamente acabou com o jogo aos cinco minutos. Ailton, em jogada individual, sofreu pênalti do goleiro. Neto Baiano foi para a cobrança e, bem a seu estilo, soltando uma bomba no meio da barra, empatou o jogo. A partir daí, o Leão fez o que queria. Jogou no erro e no nervosismo do adversário. Gastou o tempo para soltar o grito de campeão.
Ficha do jogo
Ceará 1
Luís Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente;Amaral, Ricardinho e Souza (Tadeu – aos 14 do 2ºT); Assisinho (Leandro Brasília – aos 29 min do 2ºT), Magno Alves (Rogerinho- aos 34 min do 2ºT) e Bill.
Técnico: Sérgio Soares.
Sport 1
Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Éwerton Páscoa (Rithely – aos 20 min do 2ºT), Rodrigo Mancha, Wendel (Igor – intervalo) e Ailton; Felipe Azevedo (Oswaldo – aos 35 do 2ºT)) e Neto Baiano.
Técnico: Eduardo Baptista.
Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE. Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA). Assistentes: Adson Márcio Lopes (BA) e Ailton Farias da Silva (SE). Gols: Ceará – Magno Alves (aos 41 min do 1ºT); Sport – Neto Baiano (aos 6 min do 2ºT). Cartões amarelos: Ceará – Bill (aos 44 min do 1ºT); Sport – Neto Baiano (aos 3 min do 2ºT). Público: 61.280 Renda: R$ 1.476.187
Time rubro-negro tomou sustos no primeiro tempo, mas cresceu na etapa final da partida |
Diário de Pernambuco