A pandemia do coronavírus não está prejudicando a produção de algodão orgânico que, neste ano, será a grande força para aquecer a economia da Paraíba, criando oportunidade de renda para as famílias integrantes do Projeto Algodão Paraíba, executado por meio de parceria entre o Governo do Estado, Embrapa, Coopenatural e Norfil.
A opinião é da presidente da Coopenatural, Maysa Gadelha – parceira na articulação junto aos agricultores e demais parceiros –, e também é partilhada pelo presidente da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), Nivaldo Magalhães. Em algumas áreas do Estado onde o inverno tem sido mais intenso e conforme o calendário de plantio, os produtores continuam recebendo gratuitamente as sementes distribuídas pelo Governo da Paraíba.
A adesão de parceiros ao Projeto Algodão Paraíba contribui para que o plantio aconteça dentro do calendário agrícola em cada região do Estado, a exemplo das prefeituras municipais, que fornecem os meios de transportes para que as sementes cheguem às comunidades rurais. O bom desempenho também se deve à assistência técnica que está sendo feita pela Empaer, empresa vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, em grande parte à distância ou presencial com a participação dos técnicos que não estão na idade de risco para o coronavírus, seguindo todas as recomendações da Secretaria de Estado da Saúde.
A presidente da Coopenatural comentou que o projeto está continuando mesmo em face da pandemia, com a empresa Norfil garantindo a compra de tudo o que foi plantado, assegurando preço fixado, além da assistência técnica sendo prestada, apesar do isolamento social. “Creio que na Paraíba a grande força que vamos ter no campo será o Algodão Paraíba, que veio preencher uma lacuna”, observou.
Segundo ela, a pandemia não está prejudicando a produção de algodão, porque os técnicos, mesmo em quarentena, prestam assistência à distância. E, assim, os agricultores continuam trabalhando em seus roçados também tomando as devidas precauções e de certa forma isolados, a não ser quando tenham que se dirigir à cidade, e os parceiros dando sua colaboração e a garantia da compra total da produção.
Assistência on-line – O agricultor José da Silva, da comunidade Cabeça do Porco, Princesa Isabel, que há três anos voltou a trabalhar com esta cultura, disse que está satisfeito com o retorno ao cultivo do algodão orgânico. Também destacou que os contatos com os extensionistas da Empaer têm sido a distância e lembra que, recentemente, enviou fotos e um vídeo da plantação para que fosse feito o acompanhamento do andamento da plantação. “Toda a nossa plantação é orgânica e está em fase de crescimento sem problema”, disse.
Em Água Branca, existem 21 agricultores inseridos no projeto, aos quais, por meio on-line, os técnicos estão orientando na produção de biofertilizante líquido aeróbico e como fazer sua aplicação. Mostram também como preparar e aplicar o defensivo à base de Nim (planta que combate insetos, pragas, etc) para o manejo agroecológico do algodão e outras culturas. “Estamos em contatos com os agricultores por meio remoto, com eles mandando fatos, conversando e tirando as dúvidas”, comentou Robinson Lira, gerente local da Empaer.
Uma prática que acontece em outras regiões, a exemplo do Vale do Piancó, nas regiões de Cajazeiras, Pombal e Patos, onde o plantio foi realizado mais cedo, o algodão está apresentando excelente floração. Nesta fase de inverno, o plantio está se realizando nas regiões do Agreste e Brejo.