As polícias Civil e Militar da Paraíba realizaram, nesta terça-feira (27), mais uma grande operação policial de combate ao crime organizado no Estado. A 'Operação Laços de Sangue' teve como principal objetivo a repressão a três organizações criminosas voltadas à execução de pessoas no Sertão paraibano.
Segundo a polícia, as ações violentas eram resultantes de rixas entre três famílias da região, que se confrontam ao longo de quase meio século. Foram presas 15 pessoas, sendo duas em João Pessoa, cinco no Rio Grande do Norte, três em Catolé do Rocha e cinco em Patos. Dezoito armas foram apreendidas – entre elas, uma escopeta.
De acordo com o delegado regional de Patos, Cristiano Jacques, a operação policial teve de ser antecipada porque três execuções estariam sendo programadas para esta terça-feira, em Catolé do Rocha. "Uma característica marcante dos três grupos é o planejamento de suas execuções. Todos os crimes são previamente planejados, com tarefas bem definidas dentro da organização: pessoas que planejam, financiam, recrutam mercenários, levantam os alvos e executam”, explicou o delegado.
As investigações apontaram, ainda, que os criminosos chegavam a realizar seguros de vida para os integrantes das famílias que poderiam ser alvos, assegurando, assim, capital para sustentar as práticas criminosas.
Briga entre famílias – As brigas entre integrantes das famílias Oliveira,Veras e Suassuna teriam resultado em cerca de 64 assassinatos ao longo de mais de 20 anos. Só em 2011, em Catolé do Rocha, Patos e região, foram registradas sete execuções.
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, este é um trabalho inédito na Paraíba, sendo considerada a maior operação de combate ao crime organizado no sertão. "Esta grande operação vai trazer reflexos na região, reduzindo os índices de violência no Estado. Um trabalho que se destaca pela integração entre as polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário”, disse. Os mandados de prisão temporária, de busca e apreensão foram expedidos pelas Comarcas de Catolé do Rocha e Patos.
Fim da guerra – A operação foi deflagrada nas cidades de Patos, Catolé do Rocha e João Pessoa, como também no Rio Grande do Norte, sendo realizada de forma integrada entre as polícias Civil e Militar da Paraíba e do Rio Grande do Norte, do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério Púbico em Patos e Poder Judiciário.
Para o delegado regional de Catolé do Rocha, André Rabelo, a expectativa é que essa operação marque o fim de uma guerra entre famílias. "Esperamos reduzir significativamente os índices de crimes na região, acabando com esse ciclo de violência que perdura há décadas em Catolé do Rocha e arredores”, concluiu.
Todos os presos serão encaminhados aos presídios locais. Eles vão responder pelos crimes de homicídio, formação de quadrilha, posse ilegal de arma e de munição, entre outros.
Secom PB