RECOMENDAÇÃO

Covid-19: Promotoria de Sousa expede recomendação sobre vacinação de crianças para 12 municípios

A recomendação foi expedida, nesta sexta-feira (21/01), pelas promotoras de Justiça Fernanda Pettersen de Lucena e Ana Luiza Braun Ary (que atuam na defesa da criança e do adolescente e da saúde, respectivamente) aos gestores dos municípios de Sousa, São Francisco, Santa Cruz, Lastro, Vieirópolis, Uiraúna, Joca Claudino, Poço Dantas, Marizópolis, Aparecida, Nazarezinho e São José da Lagoa Tapada. Eles têm cinco dias para comunicar ao MPPB o atendimento espontâneo da recomendação ministerial, relacionando as medidas que serão tomadas para o seu cumprimento.

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Importância e segurança da vacina

As promotoras de Justiça defendem a vacinação de crianças contra a covid-19 como única medida eficaz para o enfrentamento da pandemia, que tem registrado o aumento do número de infectados devido à variante Ômicron.

Elas lembram que, de acordo com o boletim epidemiológico 95 do MS (que compreende o período de 2 a 8 de janeiro), citado na recomendação, foram notificados 2.491 casos suspeitos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à covid-19 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no território nacional, sendo que 58% deles foram confirmados; 32% descartados e 9% seguem em investigação. Dos casos confirmados, 86 evoluíram para óbito, o que significa uma letalidade de 6%. “A prevenção de mortes em crianças tem valor elevado quando comparada à prevenção da morte em um adulto e o aspecto da proteção indireta, reduzindo casos secundários”, argumentam.

As promotoras de Justiça também enfatizaram a segurança da vacina pediátrica da Pfizer, que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é recomendada por órgãos e autoridades de saúde renomados como as sociedades brasileiras de Pediatria e Imunologia, por exemplo. “É necessário alertar os pais e responsáveis sobre a obrigatoriedade e importância da vacinação nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, assim como sobre as consequências legais para quem negligencia as recomendações de imunização das crianças, fazendo-os entender que o atual cenário não depende apenas da análise da questão de liberdade individual (entre pais e filhos), mas também, e sobretudo, do equilíbrio entre direito coletivo e individual, na perspectiva de saúde pública”, acrescentaram.

Veja quais as providências recomendadas aos gestores:

# Realização de campanhas locais e adoção de medidas para intensificar a vacinação das crianças de 5 a 11 anos de idade, como: a) a busca ativa desse público, através de ações integradas das secretarias municipais de Saúde e Ação Social (com participação inclusive dos Creas, Cras e conselhos tutelares); b) a busca ativa desse público pelos agentes comunitários de saúde;

# Criação de pontos itinerantes para vacinação das crianças de 5 a 11 anos em maior situação de vulnerabilidade, como crianças institucionalizadas, com comorbidades etc;

# Observar a ordem de prioridade de vacinação contra covid-19 do público infantil, estabelecida na Nota Técnica Nº 2/2022- SECOVID/GAB/SECOVID/MS e na Nota Técnica nº 01/2022 da Secretaria de Estado da Saúde-PB (crianças com deficiência permanente ou com comorbidades; indígenas e quilombolas; crianças que vivem em lar com pessoas com alto risco para evolução grave de covid-19 e crianças sem comorbidades, na seguinte ordem sugerida: crianças entre 10 e 11 anos; crianças entre 8 e 9 anos; crianças entre 6 e 7 anos; crianças com 5 anos);

# Solicitar a apresentação, no ato da matrícula escolar, de comprovante vacinal das crianças com faixa etária já contemplada pela vacinação contra covid-19, ressaltando-se que a falta desta vacina ou de outra vacina considerada obrigatória não impossibilitará a matrícula, porém, a situação deverá ser regularizada no prazo máximo de 30 dias, sob pena de comunicação imediata, por parte das instituições de ensino, ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público, por meio das Promotorias de Justiça da Saúde ou da Infância e Juventude, devendo os casos de não vacinação serem acompanhados pelas Promotorias da Criança e da Educação.

Para ler a recomendação na íntegra, clique AQUI.

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