Na véspera do fim do seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 30, que “nada justifica” o ato terrorista em Brasília, quando um homem plantou um explosivo em um caminhão de combustível perto do aeroporto da Capital Federal.
Conforme conta esta matéria publicada pelo Estadão, Bolsonaro abriu uma live, depois de semanas longe das transmissões ao vivo, para fazer um balanço de seu mandato, que termina no sábado, 31. Durante o pronunciamento, comparou sua gestão com aquela que está sendo montada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem não citou nominalmente e chamou de “opositor”. Segundo ele, está “previsto” que o “opositor” assuma: “Não vamos achar que o mundo vai acabar em 1º de janeiro, não tem tudo ou nada”, afirmou.
Desde a derrota de Bolsonaro, apoiadores do atual governo tem acampado no quartel general do Exército, em Brasília, e em outros prédios vinculados aos militares em diversas cidades do País. Sem aceitar a vitória de Lula, alguns insistem em pedir um golpe das Forças Armadas para impedir que o petista assuma o governo.
“Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista na região do aeroporto”, afirmou o presidente. “O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação”, completou.
No último sábado, 24, um gerente de posto de combustível do Pará foi preso e confessou ter armado o artefato, alegando que queria “provocar o caos” em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, é apoiador de Jair Bolsonaro e tem conexões com outros bolsonaristas que acampam em frente ao Quartel General do Exército com apelos golpistas contra a eleição de Lula.
Ao longo da live, Bolsonaro disse que “hoje em dia, se alguém comete, um erro é bolsonarista”. “Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista na região do aeroporto”, afirmou o presidente. “O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação, mas classificam como bolsonarista. É o modo de tratar”, completou.
Segundo Bolsonaro, seus ministros são “técnicos”. “Compare os nossos ministros com os indicados pelo opositor”, disse.
O presidente acenou, durante a live, a seus apoiadores que estão na porta de quarteis desde sua derrota para Lula, no fim do segundo turno das eleições. Bolsonaro afirmou que “está prevista a posse dia 1 de janeiro” e que buscou “dentro das leis saída para isso aí”, mas não encontrou apoio.
“Tudo dentro das quatro linhas. Ninguém quer uma aventura. Ou vivemos uma democracia ou não vivemos. Mas agora até dentro das quatro linhas voce tem que ter apoio. Em nenhum momento fui procurado para fazer nada de errado, violentando seja o que for”, disse.
“Até hoje eu fiz a minha parte dentro das quatro linhas. Mas tem que ter apoio do parlamento, de alguns do Supremo, de outras instituições. Não pode acusar a mim você que quer resolver o assunto. O caminho não é fácil.”
No pronunciamento, Bolsonaro afirmou que não pode “fazer algo que não seja bem-feito que os efeitos colaterais não sejam danosos demais”. “Tudo hoje em dia tem reflexões no mundo todo”, declarou.
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