A Urihi Associação Yanomami divulgou uma nota neste domingo que foi informada de que uma indígena ianomâmi, que teve sua foto divulgada apresentando grave situação de desnutrição, morreu. A entidade ainda pediu, por conta disso, a interrupção do compartilhamento da imagem dela, atendendo a questões culturais.
“Na cultura Yanomami, após o falecimento, não pronunciamos o nome da pessoa, queimamos todos os seus pertences, e não permitimos que fotografias permaneçam sendo divulgadas. Estamos vivenciando uma crise humanitária, e sabemos que o governo se mobilizou buscando ações que ofereçam todo o suporte que a população necessita neste momento. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que o povo Yanomami tenha sua dignidade de volta”, informou o grupo.
Na imagem que foi divulgada para a denúncia da crise de saúde dos indígenas, a mulher aparece de frente, apresentando graves sinais de desnutrição, com os braços e pernas muito fragilizados. Ela olha para a câmera, veste apenas uma peça de roupa tradicional indígena e está sobre uma balança com a ajuda de uma outra mulher.
O Ministério da Saúde disponibilizou neste domingo um formulário de inscrições para que profissionais de saúde se apresentem para trabalhar voluntáriamente no território ianomâmi.
Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública em decorrência da desasisstência do povo ianomâmi. Os indígenas da região enfrentam uma grave crise de desnutrição e falta de acesso à saúde.
De acordo com o ministério dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças ianomâmis morreram de fome e por contaminação com mercúrio nos últimos quatro anos, principalmente devido à atuação de garimpeiros ilegais.
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