Preconceitos e suas diversas variações
Por: Francisco Inácio Pita
O preconceito é uma forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, ou ainda o não conhecimento do outro que é sempre diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e a uma provável violência física, mental e moral. Esta atitude vem acompanhada sempre por teorias justificadas pelo preconceituoso como um bom senso, porque imagina ser ele quem está correto em suas atitudes e pensamentos, e maioria dessas pessoas, pensam que as pessoas diferentes estão excomungadas da sociedade, passam a discriminá-las e outros cometem violência contra as mesmas.
Há uma espécie de preconceito espontâneo em relação a tudo que é diferente ou desconhecido. Em algumas igrejas ou religiões diferentes, muitos adeptos destas agremiações ainda encontram dificuldades em separar seus pensamentos pessoais dos pensamentos dos outros. Existem ainda alguns padres e outros segmentos evangélicos que impõem aos seus participantes, o seu modo de pensar e sentir como norma geral a todos. Onde está o uso da bíblia? O próprio Jesus jamais descriminou ninguém e nem pregou imposição a nada, podemos afirmar isso com base na própria bíblia e na sua sublime fé. É visto claramente que certos preconceitos atrapalham o processo de implantação de uma cultura popular, muitas vezes sadia e propícia de ser utilizada pelas famílias e possuidora de bons costumes. É preciso entender que certas manifestações religiosas, na sua origem têm também suas razões, mas seus mecanismos de resistência, podem perturbar a vida moral e ética de seus participantes, pelo simples fato de atender as necessidades de seus coordenadores, que muitas vezes, não entendeu o verdadeiro sentido do pensamento do outro.
Há os que entendem a religiosidade e principalmente na igreja católica, como “a religião dos que só entram na igreja carregados: no batismo, na primeira comunhão, no casamento e no seu sepultamento”. Outros afirmam: “O povo tem religiosidade, mas não tem uma fé comprometida”. Há também quem diga: “A religiosidade popular é uma religião cega que não tem nada de bom para dar ao povo a não ser superstições”. Outro preconceito sério ouvido na semana santa: “O povo tem fé no Senhor Morto e alguns não acredita na ressurreição”. Além disso, a religiosidade popular seria “milagreira”.
É um erro achar que a religião de cada pessoa é observada de forma individual. O folclore brasileiro e toda a cultura popular não deve mudar, precisa ser protegido e conservado em seu estado original e puro. Pensando bem, a cultura de um povo é sua própria identidade de vida. A cultura e a religiosidade popular são dinâmicas e podem mudar constantemente. “A única coisa que deve permanecer sempre são as mudanças”. Nunca podemos viver a vida inteira sem se modificar, porque a nossa vida muda a cada instante. Lembrando, que devemos mudar e se aperfeiçoar para fazer sempre o bem. E só mude também, se for da sua própria vontade, só siga o pensamento dos outros se tiver certeza de que você vai se sentir bem.
A complexidade real dá origem aos preconceitos e traz uma grande dificuldade, que o ser humano enfrenta para entender como respeitar e amar o próximo de forma objetiva e sensata, simplesmente por que aquela pessoa tem orientação sexual diferente da sua. Muitas vezes no nosso pensamento não imaginamos o tamanho do preconceito que estamos usando, o que chamamos de preconceito inocente, mas este preconceito é usado raramente por que a nossa mente raciocina, quem sabe, no momento de imperfeição, ou porque somos pessoas preconceituosas. Embora esse assunto ainda seja pouco comentado, os preconceitos podem ser divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e na empatia própria da pessoa preconceituosa. Já o preconceito benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e é baseado em estatísticas reais, e muitas vezes nos ensinamentos de Deus.
Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas, más companhias, etc. Na verdade, é muito difícil definir o limite correto entre o preconceito maléfico e o preconceito benéfico. Por isso, a liberdade de interpretação pessoal deve ser sempre respeitada em seu limite, mas ressalvando o direito e a liberdade de cada um.
É importante entendermos também, que cultivar o amor ao próximo que é diferente de você, não significa exterminar preconceitos ou ser mais direito do que ele. Tentar destruir preconceitos à força é cultivar o paganismo e deixar entrar todo tipo de sujeira comportamental na nossa sociedade. No paganismo, (atualmente disfarçado sob o título de “pluralismo” e “laicismo”) tudo é permitido e nada é considerado errado. Na década de 90, supostos defensores de direitos humanos (agindo como defensores de “anomalias humanas”) deformaram a palavra preconceito, a palavra amor, a palavra cultura e várias outras. Parece que a intenção era confundir o significado destas palavras e abrir caminho para oficializar práticas pagãs na sociedade brasileira. De fato, nos anos seguintes constatamos o aumento de homens convivendo com pessoas do mesmo sexo de forma declarada, do relacionamento feminismo mais acentuado, da infidelidade conjugal, da prostituição em diversos níveis e outros comportamentos, que são degradantes quando se trata de família que se diz perfeita, e isso foi “justificados” como festivos e culturais.
Não compactuar com certos comportamentos, não significa ser uma pessoa preconceituosa, mas lutar para conservar em nós o respeito pela moral, ética, e atender aos nossos princípios, sob a forma de vida que escolhemos. No entanto, devemos deixar que cada pessoa viva livre a sua vida, usando a sua própria liberdade e os seus desejos, desde que a sua liberdade e os seus desejos, não prejudiquem a moral e liberdade dos outros.
Infelizmente, uma parte da mídia vem usando uma máscara de amor ao próximo para condenar as discriminações de caráter preventivo e apregoar a discriminação total e generalizada. Essas pessoas, de ideais imaginários e estranhos, têm atribuído conotações exclusivamente pejorativas à palavra preconceito, para desmoralizá-la e destruir seu efeito preventivo (o lado benéfico). No fundo, querem semear “ervas daninhas” em nosso meio e contaminar a nação como se fosse uma coisa normal. Vou repetir novamente a frase: Devemos deixar que cada pessoa viva livre a sua vida usando a sua própria liberdade e os seus desejos, desde que a sua liberdade e seus desejos, não prejudiquem a moral e liberdade dos outros.
Ao contrário do que tais pessoas têm anunciado, tudo o que não devemos fazer, nesta área, é praticar a discriminação injusta e precipitada contra o nosso próximo, seja ele quem for. No entanto, fazer uso de conceitos concebidos de maneira prévia, porém, comprovados estatisticamente ou orientados por Deus (através da Bíblia), é um direito legítimo e faz parte do nosso sistema de defesa. Todo cidadão deve ter a liberdade e o direito de fazer sempre que achar necessário, desde que sua ação não comprometa a vida de outras pessoas que pensam diferentes.
O preconceito por si só não é sinônimo de subdesenvolvimento, na verdade, quando bem usado é sinônimo de prevenção e de prudência. A maioria dos povos civilizados e prósperos desenvolveu-se fazendo separação entre o certo e o errado e o bem e o mal. E, o preconceito, quando fundamentado em experiências reais ou nos ensinamentos de Deus, é um método preventivo que se antecipa ao erro e ao mal, evitando a disseminação de maus hábitos e a consequente distribuição na sociedade. Se desejarmos combater o preconceito injusto e a discriminação indevida, a solução não é impor igualdade mascarada e fictícia por intermédio de leis. A solução é admitir e esclarecer as diferenças, as aparências e as realidades para que o sistema de defesa humana compreenda e não rejeite o que for normal e saudável, mas também não prejudique a liberdade de escolha de outras pessoas.
Tentar impor qualquer tipo de igualdade, por força de lei, é semear a falsidade, a hipocrisia, o desrespeito e, por consequência, a violência. Amar, não é simplesmente compreender, tolerar, mas requer bem ao próximo. Amar o próximo é também ter a coragem de repreendê-lo para que se torne bem-sucedido como ser humano e cidadão. Uma ação que deve ser praticada pelos pais de forma educada e compreensiva para orientar seus filhos, o que nos dias de hoje com tantas informações, não garanta que seus filhos vão seguir os seus ensinamentos. Tudo depende da sorte e da convivência com a sociedade externa.
Já é hora de o brasileiro compreender que as liberdades pacíficas, de praticar o justo e fundamentado em preconceito (o benéfico), são mais úteis a uma nação do que a proibição de usar a intuição humana e o prévio conceito como medida preventiva. Só as pessoas inconsequentes, ou muito inocentes, é que entendem que devemos considerar todo mundo em igualdade absoluta e irrestrita (sejam sadios, doentes, crianças, homens, mulheres, gays, lésbicas, estupradores, prostitutas, gente de bem, ladrões, aidéticos, etc.). No entanto, as pessoas sensatas e equilibradas, que se preocupam com o futuro da humanidade e que sabe dosar o amor com a disciplina, enxergam a necessidade da moderação nestas questões. Na verdade, precisamos respeitar o comportamento de cada pessoa segundo seu merecimento individual. Temos que levar em conta o risco de boa ou de má influência que cada pessoa pode oferece dentro da nossa sociedade, isso não significa discriminar e nem usar preconceito, afinal, nossa liberdade deve ser respeitada, sempre respeitando a liberdade de cada um, e que essa nossa liberdade não prejudique a vida de ninguém. E para finalizar, vamos mostrar o tema em rimas através do Mote.
Mote: não use o preconceito para não discriminar.
Viva sua liberdade
e tenha sempre respeito
procure ter bom jeito
em nossa sociedade
use sua maturidade
sem nunca prejudicar
veja como encontrar
o caminho quase perfeito
não use o preconceito
para não discriminar.
Tem as leis de proteção
pra quem sofre preconceito
quem falta com o respeito
recebe sua punição
preconceito sem razão
precisa de se acabar
cuidado pra não falar
frase sem bom conceito
não use o preconceito
para não discriminar.
Muito obrigado a todos e até ao nosso próximo trabalho.
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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.