A Paraíba ficou em 4º lugar na Região Nordeste no índice que mede a competitividade no agronegócio. O estudo foi divulgado ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio da pesquisa ‘Índice de Competitividade da Agropecuária’. O levantamento contou com os 26 estados da Federação e do Distrito Federal para medir o ambiente de negócios dos produtores rurais. Em nível nacional, a Paraíba ocupou o 18º lugar no ranking de competitividade apresentado.
A Paraíba, que apresentou índice de 0,278 em seu indicador geral, ficou atrás dos Estados do Ceará (0,340), da Bahia (0,291) e do Rio Grande do Norte (0,280). No Índice de Competitividade da Agropecuária, o indicador varia de 0 (menos competitivo) a 1 (mais competitivo). Foram levados em consideração seis indicadores base: infraestrutura, educação, saúde, ambiente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho.
INFRAESTRUTURA
Na média nacional, a Paraíba ficou em 7º lugar no indicador da infraestrutura, com nota de 0,294, apresentando melhores índices em qualidade de rodovias e densidade ferroviária. Neste contexto, o Estado ocupou o 1º lugar entre os Estado do Nordeste brasileiro, com uma nota de 0,294.
Já no índice de educação, com nota de 0,234, a Paraíba cai para 23º lugar do país, tendo baixas taxas de abandono e analfabetismo rurais, além de baixos valores de aprovação e distorção de idade-série rurais. No Nordeste, o Estado ficou apenas na 6ª posição.
Para o empresário da agroindústria Doce Mel na Paraíba, Roberto Cavalcanti, a colocação intermediária do estado no Nordeste é positiva. O empresário argumenta que o fator da seca presente na Paraíba contribui para o lugar adquirido na índice da CNA. “Por conta da seca, diminuiu o rebanho no Estado e diminuiu o número de pessoas na produção, também.
Há regiões no Estado que não estão produzindo porque não têm água para irrigar. Muitos produtores pararam porque foram proibidos de fazê-lo”, apontou.
Conforme Cavalcanti, o governo passou a tratar os recursos hídricos paraibanos como prioridade para o consumo humano e animal. “Não houve investimento na Paraíba para procurar água no subsolo, nunca houve. Só investimento governamental para o consumo humano. Pode ser até que uma região do Estado exista poços de água. Mas não houve uma procura como aconteceu, anos atrás, no Rio Grande do Norte e no Ceará”, exemplificou.
NO PAÍS
Os produtores rurais de São Paulo (0,752 ) são os mais competitivos do país, segundo estudo da CNA. Para a criação dos indicadores, foram utilizados dados de 2011.
Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul vieram em segundo lugar. “O indicador de cada um desses Estados está muito próximo, por isso, não é possível precisar quem está melhor”, afirmou Marcelo Ávila, assessor técnico do Instituto CNA.
No terceiro bloco, ficaram Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro. Apesar de ser o Estado com o maior índice de produtividade por trabalhador, o Mato Grosso ficou no quarto bloco do ranking. Maior produtor de soja e de milho do país, Mato Grosso ficou em décimo lugar, com nota 0,425. De acordo com Ávila, o estado foi prejudicado justamente pela carência de infraestrutura. “Mato Grosso ocupou o primeiro lugar na produtividade agrícola e o segundo em ambiente macroeconômico, mas perde competitividade à medida que a produção é escoada para fora do estado”, disse Ávila.
Já na ponta oposta, Alagoas (0,229), Sergipe (0,225) e Amapá (0,207) ocupam os últimos lugares da lista.
Luís Thales
Jornal da Paraíba